sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Agência Europeia do Medicamento: será o Porto o destino predileto?

Já todos ouvimos falar, pelo menos uma dezena de vezes, da palavra “Brexit”. E uma das consequências do fenómeno da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) é a relocalização da sede da Agência Europeia do Medicamento (AEM) que até agora estivera localizada na sua capital, Londres. No processo de relocalização encontram-se 19 cidades a concurso e uma delas é o Porto, que representa Portugal, competindo com cidades como Amesterdão, Atenas, Barcelona, Bona, Bratislava, Bruxelas, Bucareste, Copenhaga, Dublin, Helsínquia, Lille, Malta, Milão, Sofia, Estocolmo, Viena, Varsóvia e Zagreb.
A grande questão será: terá o Porto todas as caraterísticas essenciais capazes de superar as 18 restantes cidades no concurso? As cidades propostas serão avaliadas segundo critérios como as condições dos seus espaços, a sua acessibilidade, a oferta educativa da área, as condições de trabalho, de segurança social e de assistência médica, e também, a continuidade da operacionalidade da agência e o número de agências europeias existentes em cada país.
Relativamente aos pontos de avaliação a que as cidades são submetidas, o Porto preenche todos os requisitos. No entanto, tem algumas carências nesses mesmos requisitos se comparado com outras cidades, como Copenhaga e Amesterdão, estando desfavorecido principalmente no número de agências europeias descentralizadas que Portugal possui - o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência; e a Agência Europeia da Segurança Marítima.
No caso de o Porto ser a cidade escolhida para a futura sede da AEM, é de conhecimento geral que tal trará muitas vantagens não só para a cidade como para todo o país, levando a uma valorização da investigação e das ciências médicas, sendo o setor farmacêutico o mais beneficiado. O país e a cidade beneficiarão também do aumento do número de postos de trabalho, assim como do aumento do comércio. Porém, serão necessárias alterações na cidade para que não prejudique os atuais trabalhadores da AEM na reestabilização das suas vidas em Portugal e permita que o funcionamento da agência não seja posto em causa.
Apesar de todos os aspetos positivos, o Porto não se encontra nas cidades favoritas para a relocalização da Agência. Contudo, até final de novembro, aquando da decisão da Comissão Europeia, mantem-se a questão: “Será o Porto o destino predileto para a nova sede da Agência Europeia do Medicamento?”

Marisa Liliana Araújo Bertoluci Brito

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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