segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Pés assentes na terra

Na segunda-feira, a Monarch deixou de operar, deixando em terra cerca de 110 mil passageiros e anulando 300 mil reservas já realizadas. E quais as consequências disso?
Começando pelo Algarve, onde no aeroporto de Faro esta companhia era a terceira maior que operava, com uma quota de 7,5%, a sua falência, ao que se estima, terá um impacto de 5% nas taxas de ocupação da região. Isto implica um prejuízo direto de seis a sete milhões de euros que dizem respeito a estadias já efetuadas nos meses de agosto e setembro e que, embora já tenham sido pagas pelo cliente ao operador, este ainda não os liquidou junto as unidades hoteleiras, tornando o valor irrecuperável. Atendendo ao número de reservas já feitas, isto implica para o Algarve um prejuízo global de 36 milhões de euros.
Com vista a contornar a situação, estão a ser procuradas alternativas para que outras companhias possam captar os passageiros da Monarch, de forma a que os mesmos continuem a poder viajar para a região, o que na minha opinião, poderá num futuro próximo ser benéfico para os passageiros na medida em que uma ‘’batalha’’ para disputar turistas trará novas e melhores ofertas por parte das companhias.
A EasyJet, por exemplo, já agiu ao celebrar um protocolo de colaboração com a ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), com o objetivo de trazer todos os passageiros portugueses afetados pela situação que se encontrassem no Reino Unido a 2 de outubro de 2017 e com viagem de regresso marcada até 15 de outubro do mesmo ano.
No que toca aos trabalhadores da Monarch, a EasyJet anunciou estar solidária com os mesmos, dando-lhes um incentivo a concorrerem às vagas que estão por preencher na empresa. De notar que a empresa tem 500 lugares ainda disponíveis, e acredita que a equipa Monarch será um excelente complemento para a equipa EasyJet. E quem é que não gosta de juntar o útil ao agradável e aproveitar o melhor de duas companhias?

Daniela Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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