terça-feira, 31 de outubro de 2017

A viabilidade das energias renováveis face aos combustíveis fósseis no ramo automóvel

Apesar da ideia dos carros elétricos parecer algo moderno, os primeiros modelos foram apresentados em meados dos anos 80. Como tal, durante os séculos XIX e XX, desenvolveram-se vários tipos de combustível – nomeadamente, a eletricidade, o vapor e a combustão interna -, sendo que os motores de combustão interna têm assumido a dianteira relativamente aos automóveis.
Porém, no passado, contrariamente ao que acontece na atualidade, a poluição não era considerada um problema social e, assim, a popularização do automóvel fez disparar os níveis da mesma. Para colmatar as crises petrolíferas, surgiu, na década de 1970, um investimento potencial na eletricidade, sendo que, nos dias de hoje, ressurge a mesma ideia: o carro elétrico. As vendas de veículos cresceram 60% no ano de 2016, e a indústria automóvel apresenta, na atualidade, um peso de 1,1% do PIB português.
Os combustíveis fósseis apresentam, à primeira vista, várias vantagens. De entre elas, destacam-se, em primeiro lugar, o seu reduzido custo; seguidamente, a facilidade de serem encontrados e produzidos; para além disso, a facilidade de distribuição; e, por último, a maior autonomia associada aos motores de combustão interna, que permitiu o aumento da distância das viagens. A poluição gerada pelos veículos usados mais frequentemente, atualmente, está relacionada com a saúde pública, sendo uma questão cada vez mais alarmante no que respeita ao futuro. Por exemplo, estudos da Organização Mundial de Saúde preveem que esta seja 2,5 vezes superior ao limite estabelecido, em todo o mundo. Consequentemente, os veículos híbridos, que visam o aproveitamento do movimento para gerar energia, e os combustíveis alternativos, como é o caso do hidrogénio, estão a ser explorados para a produção de novos carros elétricos.
A energia do funcionamento é a principal diferença entre os motores elétricos e de combustão interna, já que os primeiros funcionam a energia elétrica - indução eletromagnética - que, através da corrente, produz um campo magnético, fazendo o motor girar, não emitindo gases e sendo alimentado por bateria, recarregadas constantemente. Por outro lado, os motores de combustão interna funcionam pela reação entre o combustível, o oxigénio e o calor, que combinados originam uma “explosão” geradora da energia cinética, emissora de gases que variam de acordo com o combustível e a qualidade.
No mercado dos dias de hoje, podemos distinguir três tipos de veículos elétricos: 100% elétricos, híbrido “plug in” e híbrido. Os totalmente elétricos possuem um motor movido a eletricidade, alimentado por baterias, cujo recarregamento é feito pela rede elétrica e conta com autonomias crescentes - Tesla Modelo S. Os híbridos “plug in” funcionam como os inteiramente elétricos, mas possuem um motor de combustão que carrega as baterias. A vantagem associada a estes veículos é a movimentação do carro pelo motor de combustão em caso de esgotamento da bateria, o que permite o aumento da autonomia - Chevrolet Volt. Os automóveis híbridos não se conectam à rede elétrica, possuindo dois motores - um elétrico e um de combustão - em que a velocidades reduzidas funcionam os motores elétricos e a velocidades elevadas assumem os motores de combustão.
A quantidade de poluição de um veículo elétrico depende da origem da energia que o alimenta na recarga. Se o recarregamento for feito por carvão ou petróleo, poluem tanto como um motor convencional, porém se a recarga for gerada por fontes renováveis, as emissões de gases são muito reduzidas. Um estudo desenvolvido nos EUA demonstrou que os carros elétricos no estado de Washington, cuja energia é gerada por gás natural e energia nuclear, são menos poluentes do que no Illinois, onde a energia é gerada por carvão. No entanto, uma vantagem dos veículos elétricos é a transferência da poluição dos grandes centros - o que representa um impacto positivo para os residentes - para outros locais menos habitados, uma vez que a produção das baterias é muito poluente. Além disso, presentemente, a eficiência dos motores elétricos é de cerca de 90%, enquanto a de motores de combustão é de 40%.

Laura Carvalho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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