No dia dois de março, foram confirmados os dois primeiros casos de COVID-19 em Portugal, dando assim início à crise pandémica que acarretou uma crise económica para as famílias portuguesas. Com os inúmeros surtos de Covid que iam aparecendo, tanto em empresas, como lares, escolas, universidades, hospitais, etc., e com os casos a aumentar, o governo português foi obrigado a restringir ao mínimo possível a saída dos portugueses das suas habitações, numa tentativa de combater a crise sanitária.
Uma das
primeiras medidas tomadas foi o encerramento dos estabelecimentos de
ensino ou dos equipamentos sociais de apoio à primeira infância ou à
deficiência, o que tornou a vida de muitos agregados familiares complicada. Após isto, começaram a
fechar empresas, tendo-se visto algumas obrigadas a mandar os seus
colaboradores para lay-off. Como
consequência, inúmeras famílias tiveram uma perda nos seus
rendimentos, tendo sido obrigadas a recorrer a moratórias e empréstimos.
Houve
setores mais afetados que outros, como, por exemplo, os restaurantes,
bares, discotecas, etc. Contudo, a construção civil foi um
exemplo de uma área que se manteve sempre ativa.
Assim como foi
demonstrado, houve famílias que mantiveram os seus
rendimentos, e tendo em conta que os estabelecimentos de
diversão e restaurantes se encontravam encerrados, algumas
famílias conseguiram, apesar de toda a situação, aumentar as suas
poupanças. Por outro lado, as restantes,
que ficaram sem emprego e com rendimentos reduzidos, viram a sua
situação financeira a colapsar, deixando de conseguir dar saída às
despesas.
Com base
nas estatísticas do balanço das instituições financeiras monetárias foram
apurados os valores que se reportam de seguida. No final do ano de 2020, 1,8%
do total de stock de empréstimos que os bancos concederam aos particulares
estavam em incumprimento, um valor inferior ao que foi registado em dezembro de
2019 (2,1%). Verificou-se que o incumprimento dos empréstimos
foi mais acentuado na área do consumo do que nos empréstimos da habitação,
que apresentam rácios de incumprimento de 6,3% e 0,6%, respetivamente, no final
de dezembro de 2020, onde um rácio de incumprimento de 1,8%
significa que, em média, por cada 100 euros que os bancos
emprestaram aos particulares, cerca de 1,80 euros não estavam a ser
reembolsados de acordo com o contratualizado.
Esta
evolução de empréstimos em incumprimento pode ser analisada através do
rácio de empréstimos vencidos, que mede o peso do stock de empréstimos
vencidos no total de empréstimos concedidos pelo
setor bancário aos particulares residentes em Portugal.
Contudo, com o desenvolvimento da vacina contra o COVID, e
a fácil adesão dos portugueses na sua toma, foi possível para a economia
portuguesa e mundial ver uma “luz ao fundo do túnel”. Tendo em conta que 86,82%
da população portuguesa já foi vacinada, e com o levantamento das restrições
impostas pelo governo português, foi possível para quase todos os setores na
economia voltarem ao ativo.
Joana Pedra Gonçalves
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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