É notável que, com o passar dos anos, a tecnologia tem vindo a revolucionar o mundo, afetando não só a sociedade em geral mas revelando também um papel essencial para a economia e o seu crescimento. Neste sentido, a mais recente inovação tecnológica é relativa à tecnologia 5G.
A tecnologia 5G é a
quinta geração das tecnologias e padrões de comunicação de rede sem fios. Assim,
será através desta que os dispositivos móveis conseguirão conectar-se à
internet, independentemente do local onde se encontram. Esta nova geração
tecnológica não é apenas uma evolução da 4G, mas sim uma revolução que
influenciará as comunicações e nos permitirá entrar numa nova era: a da
hiperconetividade. Para além de ser
capaz de suportar a primeira fase expansiva das máquinas
interconectadas com uma latência mínima para seu uso em tempo real, os cortes
de sinal serão reduzidos e refletirá uma economia sustentável, na medida em que consumirá
menos energia e a duração da bateria aumentará até 10%.
Segundo dados divulgados
pela empresa Ericsson, estima-se que até ao fim de 2025 a 5G poderá chegar a
abranger 65% da população mundial e será responsável por 45% do tráfego global
de dados móveis. Esta é, de facto, uma ótima previsão pois há ainda um número
considerável de mercados que estão atrasados no lançamento, em parte devido à
pandemia da Covid-19, e os custos por parte das operadoras são significativos, tendo
estas que identificar modelos de negócio sustentáveis de forma a justificar o
investimento.
A implementação e o
desenvolvimento da 5G será um dos principais catalisadores de valor económico uma
vez que se espera que seja gerado um impacte de cerca de 7,65 biliões de euros
na economia mundial, com a economia portuguesa a beneficiar de,
aproximadamente, 3,4 mil milhões de euros, nos próximos dez anos. Espera-se
que, para Portugal, o valor anunciado venha a ser equivalente ao impacte anual
de um ponto percentual acrescido ao PIB nacional, beneficiando de forma
transversal todos os setores económicos, principalmente por um aumento da
competitividade e pelo surgimento de novos serviços e modelos de negócios, em
particular nas PMEs.
Segundo a firma de
consultoria estratégica Roland Berger, as principais indústrias a beneficiarem
desta inovação, com um acréscimo de aproximadamente 5% nas suas receitas, serão
as relativas à segurança, à indústria automóvel e aos transportes públicos. As
vendas na área da energia e da saúde irão também sofrer aumentos, apesar de os
valores serem ligeiramente mais baixos, rondando os 3,9%, sendo que, a nível da
energia, será possível ter controlo, em tempo real, sobre sistemas e geradores
de energia em locais onde as redes de fibra não se encontram instaladas e, no
caso da saúde, serão assegurados cuidados de saúde remotos.
Para além destas, prevê-se
ainda que o volume de negócios nas indústrias nacionais de media irá
aumentar em 10,7%, uma vez que o aumento em massa do tráfego de dados elevará a
qualidade do serviço. Na indústria manufatureira o aumento será de cerca de
5,4%, visto que a forma como suportará as plataformas de comunicação trará
benefícios a nível das operações dos complexos industriais, e na agricultura o
desenvolvimento de equipamentos automatizados proporcionará um aumento no valor
de 5,3%.
Deste modo, este novo
ramo da tecnologia vem proporcionar às empresas portuguesas um leque de novas
formas de chegar ao consumidor final, amplificando as áreas de atuação em
termos geográficos, de afetação de recursos e de prestação de serviços e, a
nível operacional, permitirá a digitalização de processos ou modelos de
trabalho mais flexíveis.
Em suma, a 5G é mais uma
prova de que as novas tecnologias estão cada vez mais a dominar o mundo. No
entanto, tanto os custos de a implementar e adquirir como os problemas
subjacentes à cibersegurança são alguns dos aspetos negativos que as empresas
terão de enfrentar ao longo desta mudança tecnológica. Neste sentido, há toda
uma economia digital que poderá despontar, mas que estará dependente da
iniciativa e capacidade dos empreendedores dos diversos setores de inovar e de
a concretizar.
Patrícia
Sanches
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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