A
pandemia acelerou a adoção de novas tecnologias no fluxo de trabalho das
empresas. Devido ao Coronavírus, o mundo digital e tecnológico assumiu um papel
fundamental na capacidade de as organizações darem continuidade ao seu negócio. O COVID-19 fez com que a
maioria das empresas ganhasse consciência de que o trabalho remoto, ou
teletrabalho, e as ferramentas digitais associadas ao mesmo fazem parte do seu
futuro. Esta situação mudou drasticamente a forma como as organizações olham
para o trabalho e como priorizam a tecnologia para ajudar a manter a
continuidade dos negócios existentes. O COVID-19 veio acelerar o processo de “digital
worker” e alterou a definição de “workplace”, uma vez que agora é
possível trabalhar a partir do conforto das nossas casas, garantindo uma
presença digital.
Independentemente
da fase de adoção das empresas, são muitas as provas que demonstram o aumento
significativo da captação de tecnologias. Foram várias as plataformas que viram
o seu número de utilizadores disparar desde março do presente ano, atribuindo,
também, parte desse crescimento ao facto de negócios concorrentes terem
sucumbido à crise económica desencadeada pela crise sanitária.
No
entanto, nem só de boas notícias está rodeado este ramo. Para grande parte do
mesmo, o aumento de procura das suas plataformas e serviços não é suficiente
para compensar os danos que a pandemia provocou. As empresas de tecnologia não
só estão a ajudar os seus clientes a fazer a transição para as novas formas de
trabalho, como estão a fazer isso acontecer internamente. A principal preocupação
das organizações é o impacte nas receitas e no seu relacionamento com clientes
e colaboradores. Embora os orçamentos das empresas de tecnologia não tenham
sido os mais afetados, até agora, a maioria das instituições está a rever as
suas prioridades de negócio ou a equacionar fazê-lo. Ainda assim, quase todas as
empresas dizem querer reforçar, ou pelo menos manter, a sua despesa em serviços
de tecnologia e de comunicações.
A
IDC Portugal realizou o webinar "Digital and IT Implications: impact and what's next for Portugal",
defendendo que “esta crise não é apenas só mais uma crise”. Para o
Secretário de Estado da Transição Digital, André de Aragão Azevedo, o grande
desafio da época que vivemos é perceber como é que o digital pode ser utilizado
na resposta a esta pandemia, mantendo a economia do país a funcionar, nunca
esquecendo a preparação do quadro económico pós-pandemia.
O
Governo português é um bom exemplo da nova abordagem em relação ao mundo
tecnológico e digital, uma vez que, além da aposta no teletrabalho dos seus
funcionários durante o confinamento, apostou também na criação de um gabinete
de resposta e apoio digital à COVID-19. Além disso, reforçou a importância e o
papel fulcral da Linha de Saúde 24, insistindo para que a população optasse por
estas vias de diagnóstico em detrimento das idas aos hospitais. Mais
recentemente, tem discutido o uso e a hipótese de tornar a app “Stay Away Covid”
obrigatória, um tema que se tem mostrado bastante controverso, mas que é visto como
arma de prevenção face ao vírus oriundo da China. Com o objetivo de reduzir os
números crescentes a cada dia que passa, conta-se com estas opções para
prevenir e evitar aglomerados e entupimentos nos hospitais, bem como tentar
evitar a sobrecarga do Sistema Nacional de Saúde.
Com base no que foi apresentado, acredito que o mundo tecnológico e a presença digital sejam uma parte importante no futuro das empresas e negócios e o melhor a fazer é não contrariar o rumo que a situação está a tomar. As cicatrizes deixadas pela pandemia continuarão a ser visíveis muito depois da mesma ter acabado e os seus efeitos permanecerão. Hoje há cada vez mais empresas a apostar no trabalho remoto e as instituições mais bem-sucedidas serão aquelas que melhor aproveitam esta mudança e conseguem tirar o melhor partido da mesma. O progresso começa com a mudança e a aposta em plataformas de colaboração e recursos de videoconferências ganhou um lugar central no mundo empresarial.
Ana Rita Cajus
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]
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