Neste relatório irei analisar o desemprego, apresentando a sua definição, componentes e a análise do seu comportamento em Portugal ao longo dos anos. Além disso, irei também clarificar a forma como este é calculado. A escolha deste tema deve-se ao facto de este ser um dos principais problemas sociais enfrentados pelo nosso país.
Desemprego
é, resumidamente, o desequilíbrio entre a procura e a oferta de trabalho, ou
seja, o excesso de indivíduos da população ativa que procuram emprego e não o
encontram. A taxa de desemprego é
calculada através do rácio entre a população desempregada e o total da
população ativa.
No caso português, uma das principais causas do desemprego
é a concorrência de países que produzem bens a baixo custo devido à mão-de-obra
barata. Isto provoca a deslocalização de algumas empresas para esses mercados,
como, por exemplo, a China e a Índia. Por outro lado, a introdução de novas
tecnologias no mercado de trabalho provoca também uma substituição da força
humana, retirando vários postos de trabalho.
O
desemprego origina inúmeras consequências para a sociedade. Existe uma perda de
impostos que os desempregados pagariam e também um aumento da despesa pública
decorrente do subsídio de desemprego pago pelo Estado. Além disto, uma elevada
taxa de desemprego leva as empresas a praticarem salários mais baixos, uma vez
que existem mais pessoas à procura de emprego. A nível individual, o desemprego
gera também consequências, na medida em que um individuo que não se encontre a
trabalhar não obtém rendimento.
Através
deste gráfico, podemos verificar que a descida do desemprego estava a ser uma
constante nos últimos anos. Em 2020, a taxa de desemprego desceu para níveis
recorde.
Contudo, como todos sabemos, a
pandemia veio desestabilizar toda a economia. Um dos setores mais afetados foi o
mercado de trabalho, e a consequência mais imediata foi a eliminação de postos
de trabalho, que provocou uma forte subida da taxa de desemprego. Para combater
isto, o governo estabeleceu várias medidas, como o lay-off simplificado, complementos, moratórias e outros apoios que
permitiram desacelerar o aumento do desemprego, mas não eliminá-lo.
Apesar disto, recentemente o Banco de
Portugal estimou que a taxa de desemprego deverá chegar apenas aos 7,5%, uma
previsão mais baixa do que os 10,1% previstos em julho. O desemprego vai cair
menos do que o que seria de esperar, de acordo com anteriores períodos de crise,
como em 2008/2009. A redução esperada para 2020 é de 2,8%, valor mais otimista
do que os 4,5% previstos em junho pelo Banco Central.
Para
concluir, penso que o Estado deve tomar medidas de apoio aos desempregados, no
entanto, deve ter em conta que medidas como o apoio com subsídios diretos podem
contribuir para o incentivo ao desemprego. Assim sendo, uma medida viável seria
procurar formas de permitir às empresas não só manter os seus trabalhadores mas
também criar condições para contratar mais. O desemprego é um problema social
muito delicado e, por isso, deve ser tido em conta pelo Governo, como um
assunto urgente, especialmente neste tempo de pandemia, tendo de ser gerido de
forma eficaz, transparente e responsável.
Rafael
Caseiro
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]
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