Desde que a presença do vírus, COVID-19, foi identificada pela primeira vez em humanos, no final de 2019, os media e a população, de forma geral, concentraram-se maioritariamente nas consequências negativas. No entanto, existem algumas consequências positivas, por vezes um bocadinho esquecidas, que devem ser valorizadas e tidas em conta. Afinal, “No meio do caos há sempre uma oportunidade”, como diria Sun Tzu, um general, estrategista e filósofo chinês com nascimento em 544 a.C.
Com o início da pandemia, diversos países adotaram a quarentena ou campanhas que estimularam a circulação apenas por necessidade, sujeita a diversas restrições. Ora, é precisamente este confinamento adotado (e não só) que gerou e está a gerar alterações no meio ambiente (a diversos níveis). E, aqui, o importante será que fique presente que a emergência climática não vai desaparecer. Embora estejam presentes melhorias, é importante mantê-las. Como efeitos positivos da COVID-19 temos, desde logo, a diminuição das emissões de poluentes, como o CO2, o NO2 e outros. Ainda que as alterações positivas sentidas se centrem sobretudo no ambiente, não foi esta a única matéria beneficiada.
O gráfico que se segue manifesta as melhorias sentidas, especialmente, nas grandes cidades da Península Ibérica, não descorando que isto não se verificou apenas na mesma. Países como a China sofreram mudanças geniais do ponto de vista ambiental e, até ao início da crise pandémica, postas como inalcançáveis num curto espaço de tempo.
Emissão de dióxido de nitrogénio na Península Ibérica (março 2019 vs. março 2020) Fonte: ESA (Agência Espacial Europeia)
De acordo com a Carbon Brief (portal criado pela European Climate Foundation, que analisa dados e políticas relacionadas com as alterações climáticas e energia), as emissões de dióxido de carbono diminuíram em 25% na China após o Novo Ano Chinês. A nível mundial, as emissões de CO2 podem chegar a uma redução de 7% em 2020.
Para que seja possível manter esta onda positiva associada à crise é necessário, também, que existam medidas implementadas pela sociedade e pelas empresas. Afinal, o mundo é gerido por nós. São elas: redução do consumo de materiais descartáveis; evitar o desperdício de água; substituir as lâmpadas incandescentes por LED; estimular o uso dos transportes alternativos; investir em fontes de energias renováveis e encontrar fornecedores (para as empresas) que atuam em conformidade com a sustentabilidade, entre outras.
Considero, ainda, que ideias como a implementação de um software de gestão especializado poderiam ser uma boa oportunidade para reduzir o impacte ambiental que as empresas geram e uma forma de controlar o cumprimento das suas responsabilidades sociais. Ou seja, de maneira geral, é possível olhar para a crise vivida de forma positiva, manter e até acrescentar boas práticas para uma melhoria geral daquela que é a nossa casa, o planeta.
Assim e, introduzindo a minha opinião, embora a pandemia tenha muitos efeitos negativos, os efeitos positivos são bastante importantes. O ambiente e a sustentabilidade precisavam há muito de um arranque positivo para que seja impulsionada uma corrente de boas práticas escolhidas pela sociedade. Ainda que exista muito caminho a ser percorrido, é necessário acreditar que o ambiente consegue ser salvo com base num mau princípio: a crise pandémica COVID-19. Tendo em conta os bons resultados impulsionados, pode ser que os mesmos transmitam uma onda de boas práticas e seja possível manter uma melhoria constante no meio ambiente.
Ana Barreto de Sousa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho
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