Com a atual pandemia
do novo coronavírus, 2020 tornou-se num ano
desafiador, no qual se pôde dar uma nova oportunidade às tecnologias, as grandes
“salva-vidas” desta nova realidade! Se por um lado a pandemia nos levou a ver
a fragilidade da saúde pública mundial, por outro deu-nos a oportunidade de
catalisarmos as mudanças do mundo digital.
Com as imposições de circulação para
travar a disseminação viral, vimo-nos obrigados a isolarmo-nos do mundo... A
distância física imposta pela pandemia levou-nos, assim, a depender, ainda
mais, das novas tecnologias. Devido às limitações impostas, a situação começou
a tornar-se cada vez mais complexa, desde os trabalhadores que tiveram de sair
do local de trabalho, aos estudantes que tiveram de se de despedir das aulas
presencias. Deste modo, a tecnologia foi a nossa luz ao fundo do túnel!
A
adoção da comunicação digital foi uma das maiores e mais imprescindíveis soluções
para estas limitações de distanciamento físico. O uso crescente da tecnologia,
acelerado pelo impacte da pandemia, veio, de facto, criar novos hábitos
digitais, atendendo às expectativas que tendem vindo a surgir.
Atualmente,
a extensão total do impacte da pandemia a nível económico, pessoal e
empresarial ainda não é evidente, no entanto reconhece-se já que a chegada da
pandemia levou à necessidade de inovação. Esta crise social e económica deixou
claro que a tecnologia pode ser um grande pilar para a sobrevivência de muitas
empresas, desempenhando um papel fundamental na medida em que aquelas que se
foram capazes de se transformar numa versão mais digital foram as que melhores
resistências tiveram a esta crise. Foram, portanto, capazes de continuar a sua
atividade, mitigando parte do impacte da crise.
Se
antes da pandemia muitas empresas se recusavam a utilizar o teletrabalho, ou nunca
sequer tivessem pensado no assunto, com a Covid-19 foram forçadas a isso. A
implementação desta modalidade de trabalho tem vindo a tornar-se uma tendência
e, mesmo agora em que já se verifica um retorno à “normalidade”, muitas
empresas continuam a adotar este método, mostrando uma maior flexibilidade no
que toca à implementação do teletrabalho. Os negócios estão, assim, a descobrir
novos rumos face à adaptação e transformação que têm vindo a sofrer, decorrente
de uma realidade com mais limitações.
Uma vez que voltar à situação que existia
antes da pandemia ainda não é viável, esta transformação digital será
necessária para garantir competência por parte das empresas, das instituições e
do próprio país.
Tal
como aconteceu com o teletrabalho, o sistema virtual a nível escolar e
académico está a ganhar peso, substituindo o sistema físico implementado até
então. O sistema de ensino à distância foi um desafio, tanto para os docentes
quanto para os alunos, no entanto revelou-se a única solução para dar
continuidade ao ano letivo passado. As intuições fecharam as instalações e a
adaptação teve de ser imediata! Visto que, até à data, ainda existem
instituições a implementarem este método, quer na sua totalidade ou
parcialmente, penso que esta será uma estratégia duradoura.
Também a telemedicina foi consequência do
ajuste às nossas vivências, na tentativa de suprir a falta de cobertura de
médicos em diversos concelhos do país. Além da teleorientação, esta ferramenta
passou a auxiliar no agendamento das testagens para a doença de Covid-19.
Relativamente aos investimentos em “nuvens”,
que mesmo antes do confinamento já estavam em ascensão, estes tornaram-se uma
tendência. Isto porque, tanto o ensino à
distância quanto o teletrabalho, entre outros hábitos agora vigentes, exigem mais
ferramentas para organizar as informações com segurança. Segundo dados
fornecidos pela Microsoft, durante a crise da Covid-19 houve um
aumento da procura dos seus serviços de nuvem em 775%. Assim, tudo indica que
este tipo de tecnologia continue a crescer, dada a acreditação da mesma poderá
ser a chave para a recuperação da economia.
Outra grande mudança provocada pela pandemia
foi no comportamento do consumidor e os novos hábitos de consumo online. Após o confinamento, as pessoas
começaram a aderir mais a compras online.
Deste modo, muitos negócios fizeram face a este hábito de consumo e
disponibilizaram os seus produtos para compra online. A pandemia levou a um crescimento exponencial do e-Commerce e, pelo que se verifica até
agora, esta mudança de consumo veio para ficar! Este tipo de comércio foi, para
muitos negócios, uma estratégia diferente daquelas a que estavam acostumados,
na qual puderam gerar receitas!
Para além disto, a pandemia veio dar mais
enfase aos benefícios da Inteligência Artificial! Com esta ferramenta, foi
possível identificar padrões de Big Data,
prever determinados comportamentos humanos, apoiar sistemas de saúde, como
também controlar a propagação do vírus. É evidente que a pandemia impulsionou a
melhoria e o desenvolvimento da IA!
Um facto é que, a crise da Covid-19 afetou tudo
e todos e veio remodelar permanentemente o mundo! O cenário de incertezas a que
a pandemia nos levou potenciou uma boa oportunidade para uma maior adesão ao
mundo digital!
A tecnologia, desde o início, mostrou-se em
muitas ocasiões a chave de sobrevivência de muitos negócios, permitindo-lhes
permanecer ativos e, em alguns, alargar até a sua visibilidade.
Para além das tecnologias terem ajudado uma
grande parte das pessoas em termos financeiros, ajudou também a combater a
solidão e a saudade! Através dela foi possível manter a comunicação entre
muitos familiares e amigos.
De facto, o coronavírus acelerou uma série de
mudanças e possibilitou um maior investimento noutras até então pendentes.
Estas mudanças são o reflexo de um futuro mais tecnológico, mais inovador!
Por fim, convém realçar que o maior uso das
tecnologias, na tentativa de adaptação ao desconhecido, foi uma grande
oportunidade para os hackers atuarem.
Assim, a ciber-segurança tornou-se mais importante do que nunca!
Beatriz Carvalho Magalhães
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]
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