quarta-feira, 11 de novembro de 2020

De mãos dadas com a Tecnologia

 

Com a atual pandemia do novo coronavírus, 2020 tornou-se num ano desafiador, no qual se pôde dar uma nova oportunidade às tecnologias, as grandes “salva-vidas” desta nova realidade! Se por um lado a pandemia nos levou a ver a fragilidade da saúde pública mundial, por outro deu-nos a oportunidade de catalisarmos as mudanças do mundo digital.

Com as imposições de circulação para travar a disseminação viral, vimo-nos obrigados a isolarmo-nos do mundo... A distância física imposta pela pandemia levou-nos, assim, a depender, ainda mais, das novas tecnologias. Devido às limitações impostas, a situação começou a tornar-se cada vez mais complexa, desde os trabalhadores que tiveram de sair do local de trabalho, aos estudantes que tiveram de se de despedir das aulas presencias. Deste modo, a tecnologia foi a nossa luz ao fundo do túnel!

 A adoção da comunicação digital foi uma das maiores e mais imprescindíveis soluções para estas limitações de distanciamento físico. O uso crescente da tecnologia, acelerado pelo impacte da pandemia, veio, de facto, criar novos hábitos digitais, atendendo às expectativas que tendem vindo a surgir.

 Atualmente, a extensão total do impacte da pandemia a nível económico, pessoal e empresarial ainda não é evidente, no entanto reconhece-se já que a chegada da pandemia levou à necessidade de inovação. Esta crise social e económica deixou claro que a tecnologia pode ser um grande pilar para a sobrevivência de muitas empresas, desempenhando um papel fundamental na medida em que aquelas que se foram capazes de se transformar numa versão mais digital foram as que melhores resistências tiveram a esta crise. Foram, portanto, capazes de continuar a sua atividade, mitigando parte do impacte da crise.

 Se antes da pandemia muitas empresas se recusavam a utilizar o teletrabalho, ou nunca sequer tivessem pensado no assunto, com a Covid-19 foram forçadas a isso. A implementação desta modalidade de trabalho tem vindo a tornar-se uma tendência e, mesmo agora em que já se verifica um retorno à “normalidade”, muitas empresas continuam a adotar este método, mostrando uma maior flexibilidade no que toca à implementação do teletrabalho. Os negócios estão, assim, a descobrir novos rumos face à adaptação e transformação que têm vindo a sofrer, decorrente de uma realidade com mais limitações.

Uma vez que voltar à situação que existia antes da pandemia ainda não é viável, esta transformação digital será necessária para garantir competência por parte das empresas, das instituições e do próprio país.

 Tal como aconteceu com o teletrabalho, o sistema virtual a nível escolar e académico está a ganhar peso, substituindo o sistema físico implementado até então. O sistema de ensino à distância foi um desafio, tanto para os docentes quanto para os alunos, no entanto revelou-se a única solução para dar continuidade ao ano letivo passado. As intuições fecharam as instalações e a adaptação teve de ser imediata! Visto que, até à data, ainda existem instituições a implementarem este método, quer na sua totalidade ou parcialmente, penso que esta será uma estratégia duradoura.

 Também a telemedicina foi consequência do ajuste às nossas vivências, na tentativa de suprir a falta de cobertura de médicos em diversos concelhos do país. Além da teleorientação, esta ferramenta passou a auxiliar no agendamento das testagens para a doença de Covid-19.  

 Relativamente aos investimentos em “nuvens”, que mesmo antes do confinamento já estavam em ascensão, estes tornaram-se uma tendência.  Isto porque, tanto o ensino à distância quanto o teletrabalho, entre outros hábitos agora vigentes, exigem mais ferramentas para organizar as informações com segurança. Segundo dados fornecidos pela Microsoft, durante a crise da Covid-19 houve um aumento da procura dos seus serviços de nuvem em 775%. Assim, tudo indica que este tipo de tecnologia continue a crescer, dada a acreditação da mesma poderá ser a chave para a recuperação da economia.

 Outra grande mudança provocada pela pandemia foi no comportamento do consumidor e os novos hábitos de consumo online. Após o confinamento, as pessoas começaram a aderir mais a compras online. Deste modo, muitos negócios fizeram face a este hábito de consumo e disponibilizaram os seus produtos para compra online. A pandemia levou a um crescimento exponencial do e-Commerce e, pelo que se verifica até agora, esta mudança de consumo veio para ficar! Este tipo de comércio foi, para muitos negócios, uma estratégia diferente daquelas a que estavam acostumados, na qual puderam gerar receitas!

 Para além disto, a pandemia veio dar mais enfase aos benefícios da Inteligência Artificial! Com esta ferramenta, foi possível identificar padrões de Big Data, prever determinados comportamentos humanos, apoiar sistemas de saúde, como também controlar a propagação do vírus. É evidente que a pandemia impulsionou a melhoria e o desenvolvimento da IA!

 Um facto é que, a crise da Covid-19 afetou tudo e todos e veio remodelar permanentemente o mundo! O cenário de incertezas a que a pandemia nos levou potenciou uma boa oportunidade para uma maior adesão ao mundo digital!

 A tecnologia, desde o início, mostrou-se em muitas ocasiões a chave de sobrevivência de muitos negócios, permitindo-lhes permanecer ativos e, em alguns, alargar até a sua visibilidade.

 Para além das tecnologias terem ajudado uma grande parte das pessoas em termos financeiros, ajudou também a combater a solidão e a saudade! Através dela foi possível manter a comunicação entre muitos familiares e amigos.

 De facto, o coronavírus acelerou uma série de mudanças e possibilitou um maior investimento noutras até então pendentes. Estas mudanças são o reflexo de um futuro mais tecnológico, mais inovador!

 Por fim, convém realçar que o maior uso das tecnologias, na tentativa de adaptação ao desconhecido, foi uma grande oportunidade para os hackers atuarem. Assim, a ciber-segurança tornou-se mais importante do que nunca!

 

Beatriz Carvalho Magalhães

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]

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