PIB é o acrónimo utilizado para designar o
Produto Interno Bruto de uma economia, representando, desta forma, a soma de
todos os bens e serviços finais produzidos num determinado território durante
determinado período de tempo, sendo este um dos indicadores macroeconómicos
mais utilizados na quantificação da atividade económica de determinado país.
Consequentemente, observa-se que o PIB Português apresentou um valor anual de 213.301M€ no ano de 2019, mostrando-se superior ao obtido no ano prévio. Assim, de modo a analisar um pouco a variação do valor deste indicador na economia portuguesa, encontra-se o gráfico abaixo representado:
Figura 1: Variação do PIB na economia
portuguesa
Assim sendo e fazendo uma breve análise
do gráfico, é possível observar que o PIB da economia portuguesa apresenta
grandes oscilações, chegando mesmo a ter variações negativas, ou seja, decréscimos
no valor. Exemplo disto é o constatado no ano de 1975, onde se observa o maior
pico negativo da variação (-5%), e logo a seguir em 2012, que baixou 3,17%,
representando assim a maior descida desde 1975, contudo a economia apresenta
logo a seguir valores superiores, o que leva gradualmente a uma reposição da
mesma, mostrando-se assim inconstante.
Posto isto, 2019 terminou com a
expectativa de um aumento de 1,7% da economia Portuguesa (Proposta do Orçamento
do Estado para 2020), valor este que se revelou menor do que o valor expectável
do Governo, que era de 1,9% para o ano de 2020. Contudo, o Mundo deparou-se com
a realidade da COVID-19, que veio anular todas as expectativas. O inesperado
aconteceu e a economia portuguesa não se encontrava preparada. A situação
pandémica direcionou o PIB para valores inacreditáveis e completamente
contrários àquilo que se idealizava.
Deste modo, o PIB português apresentou uma
diminuição de 2,5% apenas no primeiro trimestre de 2020, onde se verificou o
primeiro caso da doença em Portugal, no mês de março. A situação foi piorando,
a crise pandémica alastrou-se pelo país causando a pior queda alguma vez vista,
no segundo trimestre de 2020, no qual o PIB diminuiu em 16,5% face ao mesmo
período do ano anterior. E, por fim, dados lançados recentemente apresentam
ainda uma descida no 3º trimestre de 5,8%, sendo que este valor já é referente
à 2ª vaga da pandemia, na qual o país já se encontrava mais preparado pois já
era algo espectável.
Tendo em conta as circunstâncias em
que o país se encontra, projetou-se uma queda no Valor Anual do PIB na ordem
dos 9,4% para 2020 (valor apresentado no Boletim Económico divulgado dia 6 de outubro),
contudo o Banco de Portugal refutou esse valor afirmando que o mesmo ia
apresentar uma descida de 8,1%, que apesar de elevada é relativamente menor à
anteriormente apresentada.
Em suma, é importante realçar que os
valores apresentados no Orçamento de Estado para 2020 ficaram completamente
descontextualizados da realidade pois ninguém contava com a crise sanitária na
qual nos encontramos, e, sendo tudo isto tão repentino, a Economia Portuguesa
não se encontrava preparada e, portanto, foram necessárias medidas e gastos
superiores àqueles pensados para 2020.
É imprescindível a criação de expectativas
e propostas, mas também é necessário ter sempre em mente que nada do planeado é
certo e que vão sempre existir contratempos que impossibilitem a realização
destes planos. A COVID-19 foi um exemplo e um teste à nossa economia bem como à
dos restantes países uma vez que esta se tornou, rapidamente, uma crise
sanitária global.
Maria João Silva Santos
Bibliografia:
·
https://pt.countryeconomy.com/governo/pib/portugal
·
https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+crescimento+real+do+PIB-2298
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário