A pandemia chegou e estagnou completamente a economia, levando ao encerramento da maioria dos estabelecimentos comerciais, excluindo os de primeira necessidade, afetando, principalmente os negócios de pequena dimensão.
Em
Portugal, as microempresas representam 96,2% das empresas, as pequenas 3,2% e
as médias 0,5%, inseridas em vários setores, mas principalmente, no comércio
(16,8%), setor agroindustrial (10,3%), e alojamento e restauração (8,7%). As
pequenas e médias empresas (PME) são consideradas os principais pilares em
relação ao crescimento da economia portuguesa e europeia. As PME representam
68% da riqueza em Portugal e empregam, em média, 2,9 trabalhadores, isto é,
representam 77,3% do emprego português.
As
pequenas empresas são as primeiras a sofrer em tempos de crise, como por
exemplo na crise de 2009 a 2013, onde 164 mil empresas abriram falência,
contudo, também são as mesmas que conseguem fazer renascer a economiaNos anos
de recuperação dessa mesma crise de 2009, foram registadas 200 mil novas
empresas.
Para as pequenas e médias empresas conseguirem
fazer a diferença no mercado, tiveram de melhorar vários aspetos, como o
processo de gestão, produtivo e de marketing, com o intuito de marcar presença,
quer a nível internacional, quer a nível tecnológico, conseguindo assim,
alcançar um maior público. Para tal, fala-se na possibilidade de dar incentivos
para digitalizar as empresas de menor dimensão, contudo não é de um dia para o
outro que um negócio se torna online,
e, ao mesmo tempo, retira as principais caraterísticas e vantagens destes
negócios, que são a proximidade e a conveniência.
Uma
outra medida que poderia ajudar no fortalecimento da pequena economia é dar-lhes
a oportunidade de negociar, ou seja, valorizar os seus negócios com preços mais
competitivos e oportunidade de contactarem com mais fornecedores de produtos e
serviços. Também é importante realçar que vivemos num mundo onde o e-commerce está a crescer
exponencialmente, e uma das soluções propostas para as PME, visto que o
confinamento é uma possibilidade no futuro, é a criação de redes de distribuição
locais, isto é, uma cooperação de vários negócios no mesmo município, com o
intuito de suportarem juntos os elevados custos de transporte ou de entregas ao
domicílio.
Recentemente, o Programa de Apoio à Produção Nacional anunciou que vai apoiar pequenos projetos de investimento de micro e pequenas empresas “na área do turismo e da indústria”, com uma taxa média de cofinanciamento de 50% a fundo perdido e com uma majoração para o interior do país (apoio de 60% a fundo perdido), podendo esse investimento chegar “até 200 milhões de euros”.
Ana Teresa Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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