Não
podemos negar que os acessos a fontes de energia são indispensáveis para o
progresso económico e o bem-estar populacional, mas temos de ter em
consideração a forma como estas fontes são obtidas.
Um
dos problemas que assistimos atualmente é o facto de muitos países,
principalmente os mais desenvolvidos, considerarem as fontes de energia como
algo adquirido e inesgotável. Do outro lado da balança encontram-se os países
mais pobres, que apenas aspiram ter acesso a essas fontes de energia para, na
maior parte das vezes, satisfazer necessidades básicas.
Fazendo
uma retrospetiva desde os anos da Revolução Industrial, facilmente notamos que
o uso de energia proveniente de combustíveis fosseis tem vindo a aumentar
exponencialmente. Impactes no clima devido à emissão de gases de efeito estufa,
a diminuição da qualidade do ar, a delapidação de recursos naturais e a criação
de resíduos tóxicos são alguns problemas que estão diretamente relacionados com
o uso excessivo de energia no mundo.
Existem
algumas razões que ajudam a explicar melhor estre crescendo. Entre elas, estão
o aumento da população mundial (melhores condições de vida e uma maior
esperança media de vida), o facto das populações de países menos desenvolvidos
terem agora acesso a bens e serviços que outrora só os países desenvolvidos
conseguiam disponibilizar, o uso ineficiente e indevido de recursos que temos à
nossa disposição (desde a sua extração ao seu consumo final) e também a pouca
preocupação com os efeitos secundários que estas atividades podem desencadear.
Esta despreocupação está inegavelmente relacionada com a natureza do ser humano,
pois o facto dos efeitos não se fazerem sentir no curto-prazo faz com que o
Homem menospreze um pouco e não dê muita importância a este tipo de impactes
negativos que apenas se vão fazer sentir no longo-prazo.
Eu
tenho um olhar particularmente crítico quanto a este assunto. Na minha opinião,
é essencial a consciencialização dos mais novos. Medidas como a abordagem
destes temas nas escolas parecem-me ser uma boa estratégia. Os jovens de agora
são os adultos de amanhã e é importantíssimo que as populações se tornem mais
conscientes e responsáveis quanto a este tema. Temos de ser capazes de entender
que vivemos num espaço limitado, com recursos finitos e que devemos
preservá-los e geri-los da melhor maneira possível, de modo a assegurarmos a
sua sustentabilidade para gerações futuras. Também sou a favor de uma
regulamentação mais rígida e uma maior fiscalização por parte das autoridades
responsáveis.
Estabelecer
benefícios a quem usa maioritariamente fontes de energia renováveis é uma
estratégia inteligente, pois sou um forte apoiante da técnica de reforço
positivo e acredito que a sociedade reage melhor a este tipo de comportamentos.
Um exemplo bastante comum que faz referência ao benefício aplicado a quem
utiliza este tipo de fontes de energia é o exemplo dos carros elétricos. Há
vários incentivos ficais para possuir um carro elétrico. Para além de não
emitir dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, os detentores de carros
elétricos têm Isenção de Imposto Sobre Veículos (ISV) e Isenção de Imposto
Único de Circulação (IUC).
Observando
o mundo que me rodeia e analisando pormenorizadamente várias medidas que estão
atualmente a ser tomadas, acredito que estamos num bom caminho, mas ainda muito
distantes do nosso objetivo. Ainda existem muitas mentalidades que precisam de
ser mudadas e o mais preocupante é que, por vezes, assistimos a um total
desinteresse por parte dos governantes de muitos países no que toca a fazer
algo para promover o desenvolvimento sustentável do mundo. É preciso deixar a
ganância e a análise dos lucros de parte e entender que sem um mundo habitável
o ser humano deixa de existir e, nessa altura, a fortuna desses Homens de nada
lhes vai valer.
Ricardo Araújo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]
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