quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Caminho para um desenvolvimento sustentável

Não podemos negar que os acessos a fontes de energia são indispensáveis para o progresso económico e o bem-estar populacional, mas temos de ter em consideração a forma como estas fontes são obtidas.

    Um dos problemas que assistimos atualmente é o facto de muitos países, principalmente os mais desenvolvidos, considerarem as fontes de energia como algo adquirido e inesgotável. Do outro lado da balança encontram-se os países mais pobres, que apenas aspiram ter acesso a essas fontes de energia para, na maior parte das vezes, satisfazer necessidades básicas.

Fazendo uma retrospetiva desde os anos da Revolução Industrial, facilmente notamos que o uso de energia proveniente de combustíveis fosseis tem vindo a aumentar exponencialmente. Impactes no clima devido à emissão de gases de efeito estufa, a diminuição da qualidade do ar, a delapidação de recursos naturais e a criação de resíduos tóxicos são alguns problemas que estão diretamente relacionados com o uso excessivo de energia no mundo.

Existem algumas razões que ajudam a explicar melhor estre crescendo. Entre elas, estão o aumento da população mundial (melhores condições de vida e uma maior esperança media de vida), o facto das populações de países menos desenvolvidos terem agora acesso a bens e serviços que outrora só os países desenvolvidos conseguiam disponibilizar, o uso ineficiente e indevido de recursos que temos à nossa disposição (desde a sua extração ao seu consumo final) e também a pouca preocupação com os efeitos secundários que estas atividades podem desencadear. Esta despreocupação está inegavelmente relacionada com a natureza do ser humano, pois o facto dos efeitos não se fazerem sentir no curto-prazo faz com que o Homem menospreze um pouco e não dê muita importância a este tipo de impactes negativos que apenas se vão fazer sentir no longo-prazo.

Eu tenho um olhar particularmente crítico quanto a este assunto. Na minha opinião, é essencial a consciencialização dos mais novos. Medidas como a abordagem destes temas nas escolas parecem-me ser uma boa estratégia. Os jovens de agora são os adultos de amanhã e é importantíssimo que as populações se tornem mais conscientes e responsáveis quanto a este tema. Temos de ser capazes de entender que vivemos num espaço limitado, com recursos finitos e que devemos preservá-los e geri-los da melhor maneira possível, de modo a assegurarmos a sua sustentabilidade para gerações futuras. Também sou a favor de uma regulamentação mais rígida e uma maior fiscalização por parte das autoridades responsáveis.

Estabelecer benefícios a quem usa maioritariamente fontes de energia renováveis é uma estratégia inteligente, pois sou um forte apoiante da técnica de reforço positivo e acredito que a sociedade reage melhor a este tipo de comportamentos. Um exemplo bastante comum que faz referência ao benefício aplicado a quem utiliza este tipo de fontes de energia é o exemplo dos carros elétricos. Há vários incentivos ficais para possuir um carro elétrico. Para além de não emitir dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, os detentores de carros elétricos têm Isenção de Imposto Sobre Veículos (ISV) e Isenção de Imposto Único de Circulação (IUC).

Observando o mundo que me rodeia e analisando pormenorizadamente várias medidas que estão atualmente a ser tomadas, acredito que estamos num bom caminho, mas ainda muito distantes do nosso objetivo. Ainda existem muitas mentalidades que precisam de ser mudadas e o mais preocupante é que, por vezes, assistimos a um total desinteresse por parte dos governantes de muitos países no que toca a fazer algo para promover o desenvolvimento sustentável do mundo. É preciso deixar a ganância e a análise dos lucros de parte e entender que sem um mundo habitável o ser humano deixa de existir e, nessa altura, a fortuna desses Homens de nada lhes vai valer.

 

Ricardo Araújo 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]

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