Na atualidade, principalmente em contextos de crise económica, uma das maiores preocupações públicas é o desemprego.
Na maior parte dos
países, são usadas políticas macroeconómicas para, por exemplo, valorizar ou
desvalorizar a moeda, o que funcionaria como entrave às importações e
impulsionaria as exportações. No entanto, na Europa, a existência de uma moeda
única impede esta prática.
A competitividade
dos países membros é afetada por inflações muito diferenciadas, o que obriga a
um maior controlo político nos défices públicos. No entanto, desde que haja
financiamento, os fluxos de entrada de capitais para crédito dirigidos à banca,
às empresas e ao Estado podem subir até ao ponto que os credores admitam. A
acumulação de dívidas constitui uma forte dependência e cria contexto para os
ataques especulativos.
As dificuldades de
acesso ao financiamento das empresas portuguesas foi um dos principais entraves
da competitividade no período de 2010-2014. Como era expectável, os ganhos
financeiros baseavam-se em ativos que não tinham qualquer correspondência real,
o que gera um efeito de “bola de neve” na economia, alastrando-se para o resto
da economia, originando desemprego e falência de empresas.
O processo de
adesão ao euro levou a uma redução acentuada das taxas de juro e a um forte
aumento da concessão de crédito, o que associado a grandes expectativas,
contribuiu para um crescimento acentuado da procura interna, nomeadamente do
consumo e do investimento. Tudo isto contribuiu para um crescimento do PIB e do
emprego, no entanto, conduziu também a um aumento das importações de cerca de
10% ao ano. Este aumento das importações explica, em parte, o rápido
agravamento que se deu no défice externo. O acumular destes défices (próximo
dos 10% do PIB) contribuiu para um aumento do endividamento externo da economia
portuguesa.
Entre 2011 e 2013,
Portugal pertencia ao quadro do Plano de Ajustamento e implementou um plano
exigente de consolidação orçamental, mas que acabou por agravar a recessão
devido às condições de financiamento muito restritivas.
Muitos países
adotaram estratégias de sucesso que proporcionaram rápidos níveis de
crescimento económico, estratégias das quais se destacam elevados níveis de
qualificação, elevados níveis de poupança, baixos custos salariais, orientação
para a exportação de bens transacionáveis e alargamento das taxas de atividade.
A abundância do
ponto de vista quantitativo pode ser vista como um pressuposto, mas na
perspetiva qualitativa será vista como uma exigência. Tudo pode ser resolvido com o aumento da
competitividade e a elevação dos ritmos de crescimento económico.
Concluindo, a
fragmentação da zona euro dificulta o processo de transmissão da política
monetária e o alto endividamento das empresas dificulta a capacidade de
investimento. Por isso, o Banco Central Europeu tem implementado medidas de
forma a contornar este problema e relançar o crescimento económico da Zona
Euro.
Daniela Antunes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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