terça-feira, 24 de novembro de 2020

Financiamento da Economia

Na atualidade, principalmente em contextos de crise económica, uma das maiores preocupações públicas é o desemprego.

Na maior parte dos países, são usadas políticas macroeconómicas para, por exemplo, valorizar ou desvalorizar a moeda, o que funcionaria como entrave às importações e impulsionaria as exportações. No entanto, na Europa, a existência de uma moeda única impede esta prática.

A competitividade dos países membros é afetada por inflações muito diferenciadas, o que obriga a um maior controlo político nos défices públicos. No entanto, desde que haja financiamento, os fluxos de entrada de capitais para crédito dirigidos à banca, às empresas e ao Estado podem subir até ao ponto que os credores admitam. A acumulação de dívidas constitui uma forte dependência e cria contexto para os ataques especulativos.

As dificuldades de acesso ao financiamento das empresas portuguesas foi um dos principais entraves da competitividade no período de 2010-2014. Como era expectável, os ganhos financeiros baseavam-se em ativos que não tinham qualquer correspondência real, o que gera um efeito de “bola de neve” na economia, alastrando-se para o resto da economia, originando desemprego e falência de empresas.

O processo de adesão ao euro levou a uma redução acentuada das taxas de juro e a um forte aumento da concessão de crédito, o que associado a grandes expectativas, contribuiu para um crescimento acentuado da procura interna, nomeadamente do consumo e do investimento. Tudo isto contribuiu para um crescimento do PIB e do emprego, no entanto, conduziu também a um aumento das importações de cerca de 10% ao ano. Este aumento das importações explica, em parte, o rápido agravamento que se deu no défice externo. O acumular destes défices (próximo dos 10% do PIB) contribuiu para um aumento do endividamento externo da economia portuguesa.

Entre 2011 e 2013, Portugal pertencia ao quadro do Plano de Ajustamento e implementou um plano exigente de consolidação orçamental, mas que acabou por agravar a recessão devido às condições de financiamento muito restritivas.

Muitos países adotaram estratégias de sucesso que proporcionaram rápidos níveis de crescimento económico, estratégias das quais se destacam elevados níveis de qualificação, elevados níveis de poupança, baixos custos salariais, orientação para a exportação de bens transacionáveis e alargamento das taxas de atividade.

A abundância do ponto de vista quantitativo pode ser vista como um pressuposto, mas na perspetiva qualitativa será vista como uma exigência.  Tudo pode ser resolvido com o aumento da competitividade e a elevação dos ritmos de crescimento económico.

Concluindo, a fragmentação da zona euro dificulta o processo de transmissão da política monetária e o alto endividamento das empresas dificulta a capacidade de investimento. Por isso, o Banco Central Europeu tem implementado medidas de forma a contornar este problema e relançar o crescimento económico da Zona Euro.

 

Daniela Antunes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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