A Web Summit é a maior conferência da
Europa dedicada às tecnologias de informação e empreendedorismo de base
tecnológica, e os participantes variam desde empresas da Fortune 500 até às
pequenas empresas de tecnologia. Assim sendo, contém uma mistura de CEOs e
fundadores de start-ups tecnológicos,
em conjunto com pessoas da indústria de tecnologia global. A Web Summit, juntamente com o Governo
Português, anunciou, em outubro de 2018, uma parceria com duração de 10 anos
que permite manter a conferência em Lisboa até 2028.
A Web Summit, desde o primeiro ano,
tornou-se uma montra de Portugal no mundo. Não só esta cimeira levou a um desenvolvimento
económico do país mas, também, Portugal auxiliou num forte impulso nos
resultados da Web Summit. A passagem
de Dublin para a capital portuguesa levou os lucros da organização a dispararem
16 vezes. No segundo ano o evento revelou-se ainda mais rentável.
Eventos
deste caráter tem normalmente impacte nos diferentes setores de atividade e na
reconfiguração da economia. Estes envolvem um volume significativo de meios
cujos efeitos no curto prazo podem ser relevantes, isto a nível local, mas
também a nível mundial, através do estímulo da procura interna da economia, sendo
que estes efeitos no curto prazo geralmente estão associados a impactes do lado
da procura, enquanto os de longo prazo estão ligados aos impactes do lado da
oferta.
Relativamente
às despesas diretas, isto é, os gastos realizados pelos visitantes e
participantes do evento, estima-se que a Web
Summit gerou um acréscimo direto na procura de 62,3 a 74,2 milhões de euros
em 2017, no entanto, para 2028, projeta-se um impacte direto entre os 100 e 159
milhões de euros, se o modelo do evento permanecer igual. Adicionalmente, no
valor bruto da produção nacional, o impacte em 2017 esteve entre os 102,5 e os
180 milhões de euros. Para 2028, estima-se que este impacte possa chegar entre
os 164,8 e 385,9 milhões de euros.
Além
do valor bruto da produção nacional, teríamos também impacte sobre o PIB, sendo
que em 2017 os valores estimados variam entre 51,6 e 105,7 milhões de euros, e
entre 82,3 e 226,6 milhões em 2028. Por fim, podemos apresentar impactes no
emprego, onde em unidades equivalentes de duração anual estes variam entre 1064
e 2172 em 2017 e em 2028 estes valores estima-se que atinjam entre os 1710 e
4664.
É
importante referir que, para que estes valores sejam atingidos em 2028, é
necessário que o cenário económico permaneça constante, como também os modelos
do evento, isto é, duração do evento, estádias, participantes e visitantes
médios.
No
entanto, em 2020, devido à pandemia COVID-19 e às consequências que esta trouxe,
este evento decorrerá exclusivamente online.
A cimeira era fonte de lucro em diferentes setores portugueses, como o de
turismo e de restauração. Com a mudança dos moldes da conferência, é esperado
então que haja um impacte negativo nestes setores relativamente a anos
passados. Além disso, devido ao contrato realizado em 2018, Portugal vai ter de
manter o investimento de 11 milhões anuais, mesmo que esta se realize em
formato 100% remoto.
Apesar de neste ano os
moldes terem sido alterados, pois a segurança e a saúde de todos os envolvidos
é prioridade, mesmo que leve a um decréscimo dos impactes positivos e do
desenvolvimento económico que a Web
Summit gerou no passado, este é um evento muito importante para o país pois
trás visibilidade, inovação e fomenta diferentes setores portugueses
indispensáveis para o desenvolvimento e crescimento.
Rita Peixoto
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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