A covid-19 foi responsável por revolucionar a vida em todo mundo. O objetivo deste relatório é avaliar as consequências que proporcionou em termos de desemprego no nosso país. Este revela-se um instrumento importante de análise económica e social e torna-se essencial perceber os impactes que a pandemia provocou, tal como previsões para o futuro e possíveis soluções que pretendam combater as presentes dificuldades.
Segundo uma notícia divulgada no Expresso, a 25 de agosto de 2020, o desemprego registou um aumento em 84% dos concelhos do país desde fevereiro (último mês antes da pandemia) até ao período de julho. Este aumento refletiu-se em 92 mil novos desempregados, sendo que o número total de desempregados ultrapassava já as 407 mil pessoas.
Se efetuarmos uma comparação em termos anuais, Portugal, em julho de 2019, fase pela qual o país atravessava um nível de desemprego próximo do estrutural, registava menos 110.012 desempregados face a julho de 2020, ou seja, ocorreu um aumento de 37%. Este crescimento no mês de julho de 2020 face a 2019 encontra-se visível no gráfico apresentado.
Numa notícia mais recente, de 20 de outubro de 2020, publicada pela SIC notícias, foi possível verificar a existência de 410.174 desempregados no final de setembro, onde se registou um aumento comparativamente aos 407 mil respetivos à notícia anterior (julho). Neste período, relativo ao final de setembro, foi constatado um crescimento de cerca de 36,1%, em termos homólogos, no que diz respeito ao número de desempregados inscritos nos centros de emprego.
Se olharmos para este impacte no desemprego do ponto de vista regional, e com o suporte em ambas as notícias anteriormente referenciadas, percebemos que em julho de 2020 a região de Lisboa e Vale do Tejo foi claramente a mais prejudicada, com um aumento no desemprego de 46,3% desde fevereiro do mesmo ano.
Considerando agora setembro, em termos homólogos, existe um claro destaque para o Algarve, que verificou um grande pico no número de desempregados (157,5%). Este disparo no desemprego no Algarve, em termos homólogos, está claramente associado ao turismo, setor que se carateriza por ter sido dos mais prejudicados face à pandemia. Sendo o Algarve a região portuguesa mais dependente deste setor, o impacte revelado no número de desempregados foi assustador face ao ano anterior.
Entrando agora em previsões face ao futuro do desemprego, segundo uma notícia publicada no expresso no dia 6/10/2020, o boletim económico apresentado apontava para uma taxa de desemprego de 7,5% em termos médios anuais, ou seja, um crescimento face ao ano de 2019 (6,5%). Esta revisão apresentou indícios positivos face aqueles que constavam no boletim económico de junho, que previa uma taxa de desemprego de 10,1%. O abrandamento da atividade económica provocado pela crise sanitária da Covid-19 implica então uma subida em termos do número de desempregados para 2020, sendo que o aumento será menor que o esperado. Face a anteriores períodos de recessão, a queda prevista é de 2,8%, contrapondo os 4,5% apresentados pelo Banco Central em julho.
Entretanto, Portugal vai receber em “breve” 5,9 mil milhões de euros do Programa Europeu de Combate ao Desemprego, que tem como objetivos atenuar os riscos de desemprego numa situação de emergência e a proteção do emprego. Este dinheiro, sendo bem utilizado e canalizado da forma mais adequada, pode, de facto, ser fulcral para recompor o panorama de desemprego português, algo que tem que ser visto como uma solução.
José Pedro Fernandes Oliveira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Bibliografia
Esteves, C., & Mateus, C. (2020). Covid-19. Pandemia criou 92 mil novos desempregados. 46% estão na região de Lisboa. Expresso.
Lusa. (2020). Banco de Portugal melhora previsão da taxa de
desemprego para 7,5% em 2020. Expresso.
Lusa. (2020). Covid-19: Portugal recebe em
"breve" 5,9 mil milhões de euros do programa europeu de combate ao
desemprego. Tvi 24.
Lusa. (2020). Número de desempregados em Portugal sobe
36,1% em setembro. Sic Notícias.
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