quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A Sustentabilidade da Segurança Social nos dias de hoje

         Há algum tempo que nos deparamos com uma realidade preocupante, no nosso país: a sustentabilidade da Segurança Social. Esta é, cada vez mais, uma situação preocupante nos nossos dias.
Vivemos numa sociedade que, quer no passado quer no presente, teve e tem membros económicos ativos (trabalhadores) e membros económicos não ativos (crianças, idosos, inválidos, doentes,…) No atual modelo de Segurança Social, os ativos sustentaram e sustentam os inativos, através de transferências, isto é, de prestações pecuniárias, normalmente sem qualquer contrapartida económica.
É necessário referir que, uma das principais causas deste problema de sustentabilidade da segurança social advém da evolução demográfica. Não é errado dizer que vivemos num país envelhecido. Portugal apresenta hoje níveis de natalidade muito baixos, ao contrário da esperança média de vida, que tem aumentado constantemente. Temos poucas pessoas ativas, como contribuintes, em contraponto com as muitas pessoas a usufruir do sistema nacional de pensões.
No passado mês de Junho, Portugal já tinha mais de 2 milhões de pessoas a receberem pensões de velhice, entre os quais cerca de 711 mil com pensões de sobrevivência e 270 mil reformadas por invalidez. Para além destes beneficiários, o sistema suporta ainda outros subsídios e apoios sociais. Em Junho, a Segurança Social pagou perto de 400 mil prestações de desemprego. São cada vez menos pessoas a contribuírem, mas mais a receberem.
Como poderá então ser solucionado este problema?
Por um lado, podem ser aumentadas as contribuições dos ativos e diminuídos os valores das prestações pecuniárias aquando da reforma e ainda as prestações sociais. Podem também ser aumentadas as transferências do orçamento de estado, para reequilibrar o sistema. Mas esta solução só poderá ser implementada se este tiver disponibilidade para isso e terá que ser avaliado e aprovado todos os anos, levando seguramente a um aumento dos impostos.
Aumentando o período de vida ativa e a idade da reforma, também ajuda a repor esse equilíbrio.
Apesar de termos políticos, como o Doutor Bagão Félix, ex-ministro da Segurança Social e das Finanças, que, na altura em que era governante, disse: “As grandes reformas do nosso sistema de Segurança Social estão feitas e o nosso sistema está no bom caminho, sendo até um sistema superavitário. Não há défice da Segurança Social. Este é mesmo um sistema que contribui para atenuar o défice do Estado”.
No entanto a verdade é que apesar de todas as reformas, e segundo os dados que são divulgados, o sistema parece continuar a degradar-se, não havendo plenas garantias da manutenção do atual modelo de Estado Social.

Joana Pogeira da Costa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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