Portugal,
ao longo das últimas décadas, tem-se deparado com um redução do consumo e do
bem-estar, devido a uma crise que está a ultrapassar. É nos últimos 13 anos que
se tem encontrado um maior agravamento do estado do país, falta de crescimento
económico, uma taxa de desemprego a atingir altos níveis, sendo ele composto
maioritariamente pelo desemprego jovem, subidas os impostos, observando-se que
Portugal é um dos países da Europa que tem uma maior carga fiscal sobre as
famílias. Uma das maiores preocupações dos portugueses é a queda do rendimento,
e o nosso país é um dos que apresenta situações de mais desigualdade da UE. É
também conhecido que a situação atual foi desencadeada pelos sistemáticos
endividamentos, ficando assim com uma divida pública crescente, que põe em
causa a sustentabilidade do país.
O que
seria agora necessário era fazer em pouco tempo o que não se fez nos últimos 13
anos. Daí que, sendo a mudança necessária, através de mais austeridade se tornam
as previsões muito pessimistas.
Esta
crise, que parece não ter fim, é uma crise global, muito por causa das
importações. Na minha opinião, Portugal investe uma grande parte no sector
terciário, esquecendo-se do sector primário e secundário, que são muito importantes
para a nossa subsistência. Um exemplo muito explicativo é o caso da pesca:
Portugal, com cerca de 80% de costa marítima, importa peixe. Outro exemplo tem
a ver com a agricultura: a percentagem de produtos agrícolas importados é muito
grande e as famílias optam por comprar estes produtos porque são mais baratos
do que os produzidos internamente. Mas tudo isto já vem de há alguns anos.
Portugal não está a corrigir os erros do passado, nomeadamente no que diz
respeito à aposta em sectores essenciais da economia, e com as recentes
políticas de austeridade está a estrangular aquela que parece ser uma das
soluções iminentes para sair do caos em que se encontra - aumentar as
exportações e reforçar a competitividade. Assim, é necessário incentivar o
desenvolvimento dos sectores primários e proceder a uma rápida alteração nos
nossos padrões de consumo. Portugal não está a aproveitar os recursos
existentes.
Somos
um povo muito acomodado e ninguém faz nada para mudar. O “Governo da
Austeridade” não está a criar os incentivos necessários, mas, por outro lado, a
mentalidade dos nossos empresários, que procuram o lucro a muito curto prazo e
não investem no desenvolvimento de infraestruturas estáveis, está a dificultar
a reconversão da Economia.
Esta é
uma crise mundial, que países como os EUA também estão a sofrer, mas com menor
intensidade. Contudo, note-se que isto não é fruto do acaso. Toda a história do
nosso país, desde o tempo da máquina a vapor até aos dias de hoje, influencia a
forma como hoje estamos a ser afetados. Os nossos problemas estruturais não
tiveram início dos dias recentes, e nem mesmo no século corrente. Estão de tal
forma enraizados na nossa história que será preciso muito mais que políticas de
austeridade para os ultrapassar.
Associa-se
também esta crise ao facto de Portugal ter aderido ao euro, facto que não concordo,
pois a adesão ao euro foi importante, sendo o objetivo inicial desta moeda facilitar
as transações. O que leva as pessoas a acreditar que o euro é uma má moeda é
que o momento de adesão coincidiu com uma década de fraco crescimento económico
e estagnação, que coincidiu ate à atualidade.
O
contexto atual português torna as previsões muito pessimistas. Tudo é possível
e as más notícias são prováveis.
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