O
consumo de recursos financeiros e humanos escassos torna a internacionalização
um caminho arriscado. Desta forma, a internacionalização não deve ser entendida
como uma resposta a um possível insucesso no mercado nacional, nem deve ser um
acto precipitado aquando de uma abundância de recursos financeiros durante um
período curto de tempo. Deve sim ser entendida como uma forma de expansão de
vantagens já exploradas no mercado nacional ou em outros mercados pela via da
exportação de uma forma bem sucedida. Assim, os casos de internacionalização
permitem identificar fontes de vantagem competitivas e posições de importância
no mercado nacional, sendo que, por norma, um considerável número de empresas
já haviam partilhado experiências com o exterior.
Para muitos, a crise financeira
instalada pode ser vista como uma oportunidade de comércio e de expansão dos
negócios. No caso português, a solução para ultrapassar a crise poderá ter por
base a internacionalização, inovação, liderança e integração, tendo em conta
que o mercado nacional não tem dimensão suficiente que permita às empresas
evoluírem e, desta forma, é necessária a descoberta de novos mercados.
Em Portugal, já se começam a
assistir a pequenos passos para o caminho da inovação. No entanto, não basta
apenas a criatividade na produção de novos produtos (de notar que, por mais de
uma vez, houve portugueses cujo trabalho criativo foi premiado, como os dois
jovens que venceram o concurso internacional “Interior Deck Awards 2013” ) mas também é necessário o acesso a mercados com poder económico e
espírito pioneiro, bem como a existência de empresas com capacidade de gestão e
capacidades financeiras adequadas à inovação.
É verdade que Portugal já tem a sua
quota parte em insucessos na internacionalização. Este insucesso pode resultar,
por vezes, de um sucesso excessivo que não permite que haja uma capacidade de
resposta suficiente para o nível elevado de procura. Outras vezes, por
individualismo de investidores que assumem todos os custos sozinhos quando
estes podiam ser partilhados de forma a tornar a situação estável e
sustentável.
No entanto, e mesmo sendo uma
experiência considerada recente, já foi possível demonstrar que é realmente uma
possibilidade a oportunidade de descobrir novos caminhos e que estes sejam
percorridos de uma forma cada vez mais segura, que permita chegar ao sucesso.
De forma a comprovar, temos o exemplo de empresas portuguesas de têxtil e
vestuário (confirma-se com os valores obtidos no primeiro semestre deste ano, relativamente às exportações
de calçado, que ultrapassaram os 813 milhões de euros, o que traduz um
crescimento de 4% face ao mesmo período de 2012), onde as que apresentam
uma melhor situação económica e que têm um projecto de crescimento são
precisamente as que entenderam os mercados externos como uma oportunidade e não
como uma ameaça.
Procurar mercados onde há
compradores interessados nos produtos e serviços, estando estes em mercados
maduros ou emergentes, e também adquirir matérias-primas e até mesmo produtos
finais de forma a aumentar a competitividade bem como a diversidade de artigos
que possam ir de encontro as necessidades dos clientes é de extrema
importância, uma vez que, cada vez mais os consumidores sentem a necessidade de
economizar recursos.
Daniela Barbosa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário