terça-feira, 8 de outubro de 2013

Exportações/Importações em Portugal

          Na economia de um país uma componente essencial consiste no saldo da balança comercial, ou seja, a diferença entre as exportações e as importações. O objectivo de qualquer economia parte por tentar assegurar um saldo positivo e para tal é necessário que as exportações superem as importações de modo a evitar apresentar um saldo comercial deficitário. No entanto, para tal acontecer é necessário criar incentivos de modo a atrair o interesse de clientes externos.
            Com o aparecimento da crise este assunto foi e ainda continua a ser amplamente discutido. É fulcral investir no aumento das exportações como forma de aumentar as receitas e diminuir os défices que apresentamos. Portugal foi um país que, salvo certas excepções, tais como a cortiça ou o Vinho do Porto, apresentava sistematicamente um valor de importações superior às exportações em bastantes produtos.
Torna-se evidente o esforço contínuo e a aposta que se tem feito nas exportações desde a “explosão” da crise que afectou gravemente inúmeros países. Segundo dados do Eurostat, vemos que nos primeiros seis meses de 2013, Portugal apresentou um valor de exportações que ascendeu a cerca de 23,8 mil milhões de euros, o que consiste num aumento de 3% face ao mesmo período do ano passado. Segundo o relatório do Eurostat, não só Portugal está a conseguir excelentes resultados no que toca a melhorar o seu comércio internacional mas também outros países tais como Chipre, Espanha e Grécia, que também apresentaram valores de crescimento positivos para as suas exportações. Estes dados mostram a importância que os Governos em funções estão a dar a esta componente como forma de impulsionar a economia.
Um dado que é importante destacar, também, consiste no facto de as importações de bens terem diminuído 2%, para 27,8 mil milhões de euros. Apesar de ainda ser um valor demasiado alto, permitiu que, conjugado com o aumento das exportações, o défice da balança comercial tenha diminuído para 4,1 mil milhões de euros. No mesmo período de 2012, este valor era de 5,4 mil milhões de euros, o que se reflecte numa diminuição bastante positiva mas que ainda permite muita margem de melhoramento.
            Uma das razões pelas quais as exportações estão a ter resultados positivos prende-se com o facto de determinados países apresentarem taxas de crescimento económico muito elevadas, tais como China, Índia e Brasil, entre outros.
            Em relação ao alto valor das importações que ainda apresentámos, uma parte está directamente relacionada com uma mentalidade que na minha opinião tem prejudicado gravemente a performance económica do país. Existem determinados produtos que importámos que facilmente verificamos que não fazem sentido tendo em conta as características geográficas que apresentamos, e estou a falar, por exemplo, de produtos agrícolas e frutíferos. Portugal apresenta uma vasta quantidade e variedade destes produtos e com uma óptima qualidade, que deviam ser alvo de investimento, aumentando a produção e servindo deste modo para consumo interno e exportação, no entanto isto não é a realidade que vivemos. Infelizmente, a situação é exactamente o oposto, isto é, uma quantidade enorme de terrenos que estão simplesmente abandonados e produtos de pior qualidade a serem importados e comercializados em vez dos produtos nacionais. Encontramos exemplos de que esta realidade está a ser alterada no norte do país, onde terrenos abandonados estão a ser entregues a quem está disposto a cultivá-los, e esta é uma atitude que está a ter resultados positivos mas, de modo a ter um impacto mais significativo em termos de exportações e importações, precisa de ganhar uma dimensão maior.
Esta situação para um país que apresenta um potencial enorme nesta área, com terrenos que podem ser usados para cultivo e excelentes condições atmosféricas, simplesmente não faz sentido e deve ser alvo de uma atenção redobrada, como meio de fomentar ainda mais a diminuição das importações e o aumento das exportações. Como cidadão português, sou a favor de que se somos capazes de produzir produtos de excelente qualidade e esta é, claramente, uma área que merece investimento.

João Pedro Ferreira de Carvalho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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