Na economia de um país uma componente essencial consiste no
saldo da balança comercial, ou seja, a diferença entre as exportações e as
importações. O objectivo de qualquer economia parte por tentar assegurar um
saldo positivo e para tal é necessário que as exportações superem as
importações de modo a evitar apresentar um saldo comercial deficitário. No
entanto, para tal acontecer é necessário criar incentivos de modo a atrair o
interesse de clientes externos.
Com o
aparecimento da crise este assunto foi e ainda continua a ser amplamente
discutido. É fulcral investir no aumento das exportações como forma de aumentar
as receitas e diminuir os défices que apresentamos. Portugal foi um país que,
salvo certas excepções, tais como a cortiça ou o Vinho do Porto, apresentava
sistematicamente um valor de importações superior às exportações em bastantes
produtos.
Torna-se evidente o esforço contínuo
e a aposta que se tem feito nas exportações desde a “explosão” da crise que
afectou gravemente inúmeros países. Segundo dados do Eurostat, vemos que nos
primeiros seis meses de 2013, Portugal apresentou um valor de exportações que
ascendeu a cerca de 23,8 mil milhões de euros, o que consiste num aumento de 3%
face ao mesmo período do ano passado. Segundo o relatório do Eurostat, não só
Portugal está a conseguir excelentes resultados no que toca a melhorar o seu
comércio internacional mas também outros países tais como Chipre, Espanha e
Grécia, que também apresentaram valores de crescimento positivos para as suas
exportações. Estes dados mostram a importância que os Governos em funções estão
a dar a esta componente como forma de impulsionar a economia.
Um dado que é importante destacar,
também, consiste no facto de as importações de bens terem diminuído 2%, para
27,8 mil milhões de euros. Apesar de ainda ser um valor demasiado alto,
permitiu que, conjugado com o aumento das exportações, o défice da balança
comercial tenha diminuído para 4,1 mil milhões de euros. No mesmo período de
2012, este valor era de 5,4 mil milhões de euros, o que se reflecte numa
diminuição bastante positiva mas que ainda permite muita margem de
melhoramento.
Uma das
razões pelas quais as exportações estão a ter resultados positivos prende-se
com o facto de determinados países apresentarem taxas de crescimento económico
muito elevadas, tais como China, Índia e Brasil, entre outros.
Em relação
ao alto valor das importações que ainda apresentámos, uma parte está
directamente relacionada com uma mentalidade que na minha opinião tem
prejudicado gravemente a performance económica
do país. Existem determinados produtos que importámos que facilmente
verificamos que não fazem sentido tendo em conta as características geográficas
que apresentamos, e estou a falar, por exemplo, de produtos agrícolas e
frutíferos. Portugal apresenta uma vasta quantidade e variedade destes produtos
e com uma óptima qualidade, que deviam ser alvo de investimento, aumentando a
produção e servindo deste modo para consumo interno e exportação, no entanto
isto não é a realidade que vivemos. Infelizmente, a situação é exactamente o
oposto, isto é, uma quantidade enorme de terrenos que estão simplesmente
abandonados e produtos de pior qualidade a serem importados e comercializados
em vez dos produtos nacionais. Encontramos exemplos de que esta realidade está
a ser alterada no norte do país, onde terrenos abandonados estão a ser
entregues a quem está disposto a cultivá-los, e esta é uma atitude que está a
ter resultados positivos mas, de modo a ter um impacto mais significativo em
termos de exportações e importações, precisa de ganhar uma dimensão maior.
Esta situação para um país que
apresenta um potencial enorme nesta área, com terrenos que podem ser usados
para cultivo e excelentes condições atmosféricas, simplesmente não faz sentido
e deve ser alvo de uma atenção redobrada, como meio de fomentar ainda mais a
diminuição das importações e o aumento das exportações. Como cidadão português,
sou a favor de que se somos capazes de produzir produtos de excelente qualidade
e esta é, claramente, uma área que merece investimento.
João Pedro Ferreira de Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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