«Em Março de 2009, as 3 grandes
empresas móveis de Portugal, nomeadamente a TMN, Vodafone e Optimus, registaram
um aumento de preços de 2,5%. De acordo com os dados analisados, a TMN foi a
primeira a anunciar este aumento em 16 de Janeiro, seguindo-se a Vodafone 11
dias depois e a Optimus 12 dias depois. Entrando em vigor a 1 de Março, pela TMN
e pela Optimus, e a 5 de Março, a Vodafone.
Este aumento por parte da TMN,
segundo a mesma, deveu-se: ao aumento dos custos - tal como o aumento da
inflação, que resultou no aumento dos custos operacionais, e como a dificuldade
em reduzir custos – e ao decréscimo das receitas – tal como o lançamento cada
vez mais regular de novos tarifários que se adequam a cada tipo de consumo de
pessoas.
Já por parte das outras
operadoras, a razão para esse aumento justifica-se pelo aumento de uma outra
operadora no mercado ter fixado o preço primeiro.
Do ponto de vista económico,
existem 3 possibilidades para este aumento: a primeira possibilidade são os
choques exógenos, tal como a inflação, a descida dos preços de terminação e do roaming internacional; o segundo é o
Modelo líder-seguidor, que se estuda na teoria dos jogos, em que uma empresa
toma uma decisão e as outras empresas do mercado seguem a empresa líder, ou
seja, a que tomou primeiro a decisão; e, por último, o acordo ou prática
concertada, ou seja, as empresas do mercado combinam entre si o preço a
praticar e este é mais elevado do que seria no normal funcionamento do mercado.
Em Portugal, não existem carteis
ou acordos tácitos que sejam do conhecimento do público mas, com uma legislação
nada específica sobre a regulação do mercado e com a entidade reguladora a
regular muito pouco, é comum que existam vários acordos entre as empresas, pois
os aumentos que se realizaram em 2009 pelas 3 empresas foram bastantes lineares
no que diz respeito ao seu anúncio e à sua aplicação, o que torna provável este
aumento ter sido combinado. Por isso, devem ser impostas medidas por parte do
Governo que nada fez sobre esta matéria, e que muito fez lucrar as empresas
desse mercado, medidas como a aplicação de restrição dos associados de uma
empresa não terem ligação com outras empresas do mesmo sector e tentar aplicar
sanções quando ocorrem mudanças repentinas de preços sem que a situação
económica assim o exija.
Tornando assim o mercado das
telecomunicações moveis mais justas para as novas empresas que tentam entrar no
mercado e não o conseguem porque estão perante um falso mercado de concorrência
e sim perante um “monopólio”, onde somente muda o nome da empresa, e mais justo
para os clientes que, mesmo informados sobre as poucas diferenças existentes
entre eles, de nada os ajuda mudar pois as decisões sobre preços e produtos
serão realizadas como um grande grupo de mercado e não como as empresas
individuais que deveriam ser na realidade.
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1ºciclo) da EGG/UMinho]
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