“Compro o que é nosso” é uma Associação
Empresarial de Portugal que pretende estimular o consumo de produtos e marcas
nacionais, trazendo com isso a criação de emprego, riqueza e desenvolvimento
económico. “O projeto apela à consciência cívica
de consumidores, empresários e trabalhadores no sentido de comprarem o que os
portugueses produzem”, ou seja, é de enorme importância a valorização da
produção nacional.
Segundo
o INE, a taxa de desemprego no 2ºsemestre de 2013 subiu em termos homólogos,
pois em 2012 registou 15%. Uma vez que o emprego
é um dos fatores essenciais para a determinação do poder de compra das
famílias, estas optam por usar como primeiro critério de escolha o preço, e não
a origem. Outro indicador interessante de análise após a adesão ao euro é o
indicador de confiança do comércio em Portugal, que tem descido
consideravelmente, registando 7,4% em Setembro de 1999, e, face ao mesmo mês,
em 2012, atingiu os -20%. Este é o valor mais baixo registado na base de dados
do instituto e traduz a baixa auto-estima de empresários e trabalhadores na sua
sociedade, justificando mais uma vez as baixas de produtividade. Contudo, a aposta em inovação, qualidade e preço de
alguns produtores, fez com que em Setembro de 2013 se registasse um índice de
confiança de -5,9% em Portugal.
Por outro lado, veremos então alguns casos de sucesso que
contribuíram para esta recente trajetória. Portugal tem ótimas condições
climáticas comparadas com outras regiões europeias, como demonstram os valores das exportações de bebidas para a UE, cerca
de 502 milhões de euros em 2011, num total exportado de 11 mil milhões de
euros, registado pelo INE. Numa perspetiva nacional, contrariando o contínuo
desinvestimento português e promovendo a competitividade de empresas de micro
ou pequena dimensão do sector do comércio a retalho, foi criado em Julho de
2013 uma medida designada de “Comércio Investe”. Trata-se
de um sistema de apoios ao investimento na modernização do comércio, financiado
pelo Fundo de Modernização do Comércio, no qual o apoio é de 25 milhões de
euros afetos ao sistema de apoios, com igual valor para a linha de crédito
associada. “O investimento total induzido rondará os 75 milhões de euros, disse
Leonardo Mathias, secretário de Estado Adjunto da Economia ao Jornal Negócios
(3/10/2013), e que este privilegia o apoio a projetos com qualidade.
Em
suma, a estratégia que Portugal demorou a desenvolver foi a de competir com
mercados europeus e mundiais pela produção de produtos diferenciados, com
qualidade e nos quais temos elevada capacidade de produção, como no caso do
vinho e calçado. Assente em mercados estrategicamente pensados, conseguimos
colocar o produto ou serviço com o preço que corresponde à sua qualidade,
aumentando os lucros. Como podemos verificar na análise de dados do INE, o
número de empresas nacionais exportadoras de bens Intra-UE tem diminuído desde 2008, registando em 2011 um total de aproximadamente
31 mil empresas, em contrapartida, o valor das exportações com destino à UE tem
aumentado para um total de quase 32 mil milhões de euros, em 2011. Pode
conclui-se que a persistência da estratégia baseada no preço mais baixo não
traz vantagens nem para a indústria nem para a agricultura. Fica a aposta no
produto com qualidade como caminho de sucesso de negócio.
Patrícia da Conceição Oliveira
Gomes
Fontes:
·
http://www.ine.pt
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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