quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Produto ´Made in Portugal`

Compro o que é nosso” é uma Associação Empresarial de Portugal que pretende estimular o consumo de produtos e marcas nacionais, trazendo com isso a criação de emprego, riqueza e desenvolvimento económico. “O projeto apela à consciência cívica de consumidores, empresários e trabalhadores no sentido de comprarem o que os portugueses produzem”, ou seja, é de enorme importância a valorização da produção nacional.
            Segundo o INE, a taxa de desemprego no 2ºsemestre de 2013 subiu em termos homólogos, pois em 2012 registou 15%. Uma vez que o emprego é um dos fatores essenciais para a determinação do poder de compra das famílias, estas optam por usar como primeiro critério de escolha o preço, e não a origem. Outro indicador interessante de análise após a adesão ao euro é o indicador de confiança do comércio em Portugal, que tem descido consideravelmente, registando 7,4% em Setembro de 1999, e, face ao mesmo mês, em 2012, atingiu os -20%. Este é o valor mais baixo registado na base de dados do instituto e traduz a baixa auto-estima de empresários e trabalhadores na sua sociedade, justificando mais uma vez as baixas de produtividade. Contudo, a aposta em inovação, qualidade e preço de alguns produtores, fez com que em Setembro de 2013 se registasse um índice de confiança de -5,9% em Portugal.
            Por outro lado, veremos então alguns casos de sucesso que contribuíram para esta recente trajetória. Portugal tem ótimas condições climáticas comparadas com outras regiões europeias, como demonstram os valores das exportações de bebidas para a UE, cerca de 502 milhões de euros em 2011, num total exportado de 11 mil milhões de euros, registado pelo INE. Numa perspetiva nacional, contrariando o contínuo desinvestimento português e promovendo a competitividade de empresas de micro ou pequena dimensão do sector do comércio a retalho, foi criado em Julho de 2013 uma medida designada de “Comércio Investe”. Trata-se de um sistema de apoios ao investimento na modernização do comércio, financiado pelo Fundo de Modernização do Comércio, no qual o apoio é de 25 milhões de euros afetos ao sistema de apoios, com igual valor para a linha de crédito associada. “O investimento total induzido rondará os 75 milhões de euros, disse Leonardo Mathias, secretário de Estado Adjunto da Economia ao Jornal Negócios (3/10/2013), e que este privilegia o apoio a projetos com qualidade.
            Em suma, a estratégia que Portugal demorou a desenvolver foi a de competir com mercados europeus e mundiais pela produção de produtos diferenciados, com qualidade e nos quais temos elevada capacidade de produção, como no caso do vinho e calçado. Assente em mercados estrategicamente pensados, conseguimos colocar o produto ou serviço com o preço que corresponde à sua qualidade, aumentando os lucros. Como podemos verificar na análise de dados do INE, o número de empresas nacionais exportadoras de bens Intra-UE tem diminuído desde 2008, registando em 2011 um total de aproximadamente 31 mil empresas, em contrapartida, o valor das exportações com destino à UE tem aumentado para um total de quase 32 mil milhões de euros, em 2011. Pode conclui-se que a persistência da estratégia baseada no preço mais baixo não traz vantagens nem para a indústria nem para a agricultura. Fica a aposta no produto com qualidade como caminho de sucesso de negócio.

Patrícia da Conceição Oliveira Gomes

Fontes:
·        http://www.compronosso.pt
·        http://www.ine.pt

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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