A capacidade ou a necessidade de financiamento é
o montante líquido dos recursos que o setor institucional coloca à disposição
dos restantes setores (se for positivo) ou que recebe dos restantes setores (se
for negativo). Para o total da economia, a capacidade ou a necessidade de
financiamento é igual, mas de sinal contrário, à necessidade ou à capacidade de
financiamento do resto do mundo.
A economia Portuguesa registou uma capacidade de
financiamento de 1,6% do PIB no ano acabado no 2º trimestre deste ano, mais
0,6% que no trimestre anterior. Esta evolução deveu-se à melhoria do Saldo
Externo de Bens e Serviços, sendo que as exportações aumentaram 1,6% no mesmo
período, o que compensou o aumento de 0,7% das importações. Se não fosse
possível cobrir as nossas importações com exportações, então estaríamos com
necessidade de financiamento.
Particularmente, se olharmos para o desempenho
da necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP), percebemos
que atingiu os 6,1% do PIB no 2º trimestre de 2013, menos 0,9% que no trimestre
anterior. A justificação que podemos dar para esta evolução positiva é o
aumento das receitas de impostos sobre o rendimento e a diminuição das despesas
com transferências de capital.
O saldo das Sociedades Não Financeiras fixou-se
em -2,4%, o que significa que neste setor ainda persiste a necessidade de
financiamento. Pelo contrário, as Sociedade Financeiras encontram-se com um
saldo positivo de 2,4%, o que expressa a capacidade de financiamento deste
setor. No fundo, o que acontece é que o saldo negativo de uma anula o saldo
positivo da outra.
A capacidade de financiamento das famílias
aumentou 0,2 pontos percentuais (p.p.) do PIB face ao trimestre anterior,
atingindo 7,8% no 2º trimestre de 2013.
Um dos aspetos mais marcantes do atual processo
de ajustamento da economia portuguesa é a redução muito significativa das
necessidades de financiamento externo que, a partir de 2012, deu lugar a uma
capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa.
Sofia Lopes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1ºciclo) da EGG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1ºciclo) da EGG/UMinho]
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