quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O mercado de trabalho

O mercado de trabalho em Portugal é caracterizado por um défice de ocupações intermediárias. Os detentores de formação técnica em áreas como telecomunicações, finanças ou na grande distribuição têm mais sorte de conseguir um emprego que as pessoas que são hiper-qualificados, contanto que essas pessoas têm de dominar a língua Portuguesa.
O mercado de trabalho Português é caracterizado por fortes disparidades regionais. Lisboa e Porto são as cidades onde estão concentradas a maiores ofertas de emprego.
a)      O norte do país
A região Norte é caracterizada por uma população jovem e com uma mão-de-obra abundante. A cidade do Porto é o grande centro dinâmico da região e centraliza a maior parte das actividades económicas.
A capacidade industrial da região é baseada na especialização das indústrias de exportação tradicionais (têxteis, vestuário, calçado, madeira, cortiça, mobiliário e metal). Esta especialização adquiriu vasta experiência em comércio internacional, abrindo perspectivas para a modernização. Mas este sector também foi muito prejudicado pela crise, sobretudo no sector dos têxteis e calçado.
O total da população na região do Norte é de 3.689.609 pessoas, sendo 47,9% homens e 52,1% mulheres.
A população empregada ronda os 1.723,2 milhares e a taxa de desemprego, que tem vindo a aumentar progressivamente desde 2008, era de 15,0% no 2º trimestre de 2012.
b)     Centro do país
A região central é caracterizada pela diferença entre o litoral, densamente povoado e industrializado, e no interior do país, com uma população em declínio e uma actividade centrada na agricultura e na exploração florestal.
Benefícios:
·        Sua localização geográfica, que o coloca numa situação equidistante dos dois principais centros urbanos: Lisboa e Porto;
·        Acesso privilegiado, graças, em particular, à sua fronteira terrestre de Vilar Formoso e seus dois principais portos de Aveiro e Figueira da Foz, para facilitar a entrega de seus produtos.
O total da população na região Centro é de 2.327.580 pessoas, sendo 47,7% homens e 52,3% mulheres.
Esta região é a que regista as taxas de actividade (62,2%) e de emprego (56,3%) mais elevadas e o índice de desemprego mais baixo do país.
A população empregada ronda os 1.155,4 milhares e a taxa de desemprego era de 11,2% (2º trimestre de 2012), sendo a mais baixa do país. A região apresenta também a mais alta taxa de actividade feminina (de 60,7%) do país e a mais elevada representatividade de trabalhadores por conta própria (cerca de 26,8% da população empregada - bastante mais elevada que a média nacional, de 20,4%).
c)      Lisboa e Tejo
Importante dimensão de terrenos férteis agrícolas no Baixo Tejo, em contraste com uma impressionante massa urbana em Lisboa. Lisboa é caracterizada pela superlotação, sendo especializada principalmente no sector terciário. Apesar disso, um processo de industrialização, com base no desenvolvimento de infra-estrutura de transportes e comunicações, está em andamento ao longo do Tejo e das estradas principais. Além disso, a Península de Setúbal, populoso, é agora uma área de reestruturação industrial.
O total da população da região de Lisboa é de 2.848,5 milhares de pessoas, sendo 48% homens e 52% mulheres. A população empregada é de 1.224,2 milhares e a taxa de desemprego, de 17,6% (2º trimestre de 2012), é actualmente a mais alta do país.
d)     Algarve
O total da população na região do Algarve é de 450,5 milhares de pessoas sendo a população activa de 228,3 milhares. A população empregada ronda os 194,7 milhares.
 A taxa de desemprego era de 17,4% (2º trimestre de 2012) , tendo sofrido um aumento muito significativo durante os últimos 3 anos, devido ao forte impacto da crise sobre o sector do Turismo, embora sejam de sublinhar as características fortemente sazonais do desemprego nesta região.

Rafael Lameiras

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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