A criação de uma união no nosso
continente, como a União Europeia, teve sempre em vista a obtenção de vantagens
competitivas a nível económico, social e institucional apresentadas nos Estados
Unidos da América. Visto o grande desempenho e sucesso gerado por esta grande
potência mundial com o seu padrão geográfico e social, a Europa tenta
aproximar-se desta vertente através dos vários planos para uma melhor e mais
aprofundada integração dos países-membros, dando resposta a melhor
competitividade criada pelos EUA com o conjunto de todos os seus 50 estados
organizados de uma melhor forma.
A
UE sofre de várias dificuldades que os EUA não sofrem tão afincadamente, tais
como as desigualdades económicas e sociais entre os vários países membros da
União, divergências ideológicas e politicas acentuadas, entre outras. Mas,
sobretudo, na minha opinião, as maiores dificuldades que a Europa apresenta
relativamente ao continente norte-americano é a acentuada diferença de idiomas
existente e a “já muito combatida” livre mobilidade da mão-de-obra.
A
mobilidade do factor trabalho não é uma dificuldade por ser livre, mas sim
porque nunca chegou, nem nunca chegará a ser completamente livre entre os
países europeus, por muito que estes lutem por isso. Desde já, uma grande
barreira à concretização desse desejo é o facto, antes mencionado, da diferença
a nível de idioma dada na nossa união que não permite aos trabalhadores
deslocarem-se com uma maior à vontade imediata para outro país diferente ou
desempenhar acertadamente as suas funções no seu trabalho dado esse obstáculo,
criando assim uma grande dificuldade de adaptação em todos os locais.
A
diferença dos salários mínimos entre os países-membros da UE torna a mobilidade
de mão-de-obra menos frequente dada ser uma discrepância elevada, como, por
exemplo, países com salários mínimos mais baixos não conseguem atrair
mão-de-obra menos especializada, permitindo, assim, aos Estados mais ricos
beneficiarem de uma melhor selecção e elevando da mesma forma as assimetrias
verificadas dentro da União Europeia.
Contudo,
nos Estados Unidos, verifica-se também assimetrias a nível salarial entre os
seus estados, mas sendo organizados, de uma forma geral, por uma entidade
federal superior que proporciona uma maior igualdade entre todos e que defende
os interesses de um único cidadão, o cidadão norte-americano, essas assimetrias
não se verificam tanto como na União Europeia, em que a entidade superior tem
de atender a um interesse múltiplo, o dos cidadãos das várias nações membros
deste organismo.
No
âmbito do desemprego, na UE os trabalhadores sofrem de um menor apoio a nível
comunitário para o combate a este grave problema da sociedade, onde se pode
verificar que, em média, a taxa de desemprego nos últimos 10 anos varia entre
7% e 10,4% (pordata). No entanto, nos Estados Unidos da América, o
mínimo desta taxa é de 4,5%, aproximadamente, e o máximo não chega a 10%.
Observadas estas estatísticas, não podemos tirar claras conclusões mas podemos
verificar que a UE se encontra mais vulnerável relativamente a esta situação, o
que afecta a competitividade da sua mão-de-obra e com isso uma atracção de mais
investimento vindo de terceiros.
Para
além destas desvantagens que a Europa detém, os Estados Unidos encontram-se de
momento a ficar com uma mão-de-obra mais barata, o que atrai um grande número
de empresas internacionais a procurarem os seus serviços no seu território,
fornecendo assim um maior número de postos de trabalho para a população
norte-americana. Apesar de ficar mais barata, a mão-de-obra americana, esta
carece de alguma especialização nestes últimos anos.
Agravando
esta situação, a desvalorização do dólar americano não beneficia de maneira
nenhuma a posição da Europa no âmbito da competitividade económica com os EUA.
Para
solucionar o facto da falta de competitividade da mão-de-obra da UE,
precisamente a mobilidade “imperfeita” do capital humano, penso que deviam ser
tomadas medidas mais aprofundadas em termos de formação profissional e de
integração nos vários territórios europeus de forma mais antecipada,
proporcionando uma melhor adaptação e melhor competitividade da mão-de-obra.
Para além disso, é necessário fomentar o interesse dos países com menores
possibilidades em termos salariais.
Alexandre Barbosa
Costa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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