sábado, 19 de outubro de 2013

Temos que olhar pelos pequenos

Também conhecidas por pequenas e médias empresas, as PME representam 99,9% do tecido empresarial português. Em Portugal, existem 367 541 empresas (dados de 2011) que apresentam os requisitos necessários para usufruir do dito estatuto, nomeadamente, quanto ao nível anual de ganhos e quanto ao número de trabalhadores. Estas são muito importantes para a empregabilidade, conseguindo gerar, aproximadamente, 72,5% de emprego e um volume de negócios a rondar os 57,9% do total nacional. Em 2011, empregavam  2 960 527 pessoas e o seu volume de negócios atingiu os 372 337 136 (mil euros).
A grande maioria das PME portuguesas encontram-se ligadas ao sector do comércio e serviços (64%), sendo que uma percentagem significativa também actua na indústria da transformação (12,5%), na construção civil (14%) e, com menor relevância, no turismo (9%). Apesar de espalhadas por todo o país, a grande maioria encontra-se sediada no Norte e em Lisboa, onde se encontram, aproximadamente, 66% das empresas. Estas duas regiões geram, em consequência disso, cerca de 67% dos empregos e volume de negócios nacionais. Apesar de a diferença entre os locais não ser muito, comprova-se que o Norte gera mais emprego e na zona de Lisboa é maior o volume de vendas.
Após esta análise, comprovámos que as PME são fundamentais para o desenvolvimento do país, tanto a nível de volume de negócios como no combate ao desemprego. Visto que elas representam quase todo o tecido empresarial do país, deve proporcionar-se mais incentivos para a criação de novas empresas, assim como proporcionar garantias que ajudem as existentes a combater a crise por que muitas passam e, inclusive, combater o encerramento que ameaça muitas, devido à falta de meios financeiros.
Em Junho, foi feita uma cimeira europeia na qual foi discutido o tema da ajuda às PME, em que se procura melhorar o seu acesso ao financiamento. Portugal foi representado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que garantiu que o Governo está a trabalhar na criação de uma “instituição financeira especializada” que vai utilizar fundos estruturais para facilitar o financiamento às PME.
Se este processo for realmente acontecer, Portugal poderá a vir melhorar bastante a sua condição económica. Apesar da importância das grandes empresas, temos que nos lembrar que as pequenas é que sustentam a maior parte da economia portuguesa, e daí que a ajuda na formação e crescimento destas possa permitir um grande desenvolvimento económico do país.

Luís Pedro Mendes Pires 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1ºciclo) da EGG/UMinho]

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