quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SNS para todos

Cada dia que passa assistimos a um aumento do envelhecimento da população. Para além de vermos a taxa bruta de natalidade a cair, observamos um aumento da esperança média de vida.
O Serviço Nacional de Saúde foi constituído há 34 anos com o principal objectivo de assegurar o direito à saúde a todos os cidadãos portugueses. Depois desses anos, será que este ainda consegue cumprir o seu principal objectivo?
Todas as semanas, quando abrimos o jornal ou ligamos a televisão, testemunhamos casos em que a população não é abrangida pelo SNS, ou porque têm problemas financeiros ou porque este não lhes presta os devidos serviços.
Em 2011 observou-se uma queda de 7,1% com gastos do sector público com a saúde e em 2012 o Orçamento de Estado atribuiu menos 753 milhões de euros ao SNS. Do ângulo da despesa, estes dados são claramente óptimos, mas será que vendo isto por um prisma mais humanos são assim tão bons? Esta quebra tem de ser suportada por alguém, ou seja, pelos contribuintes que têm de recorrer ao SNS ou na diminuição dos gastos com pessoal, material…
Como é de perspectivar, a população devido aos cortes que se têm realizado não pode continuar a ter o mesmo serviço, pois como é lógico tudo tem um custo, ou seja, mais cinco minutos com um doente, ou mesmo mais um exame, coisas básicas mas essenciais para um bom Sistema de Saúde.
Hoje, uma pessoa antes de se deslocar a um hospital tem de ponderar se o rendimento que tem é suficiente para suportar mais essa despesa.
Desta forma, estamos a assegurar números e metas sem termos uma perspectiva humana sobre as verdadeiras consequências das medidas tomadas.
Será que este tipo de medidas deve ser tomado? Não deveríamos ser todos cidadãos iguais, pois “não há cidadãos de primeira nem de segunda”?

Rafaela Castro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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