Portugal
está a enfrentar um período de crise e de recessão económica traduzido em
várias manifestações de descontentamento por parte dos portugueses.
Desde
Abril do ano passado, data do início do conhecido e tão falado Memorando da Troika, que têm sido anunciadas
sucessivas medidas de austeridade que afetam de forma direta a vida dos
portugueses.
Recentemente
anunciadas pelo Governo, são de salientar a redução da Taxa Social Única (TSU)
a pagar pelas empresas e aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança
Social, que foram alvo de fortes críticas.
Outros
dos “sacríficos” também anunciados pelo Primeiro-ministro passam pelo
congelamento do salário mínimo nacional, a redução do subsídio do desemprego e
das indeminizações, o pagamento do IRS sob prestações sociais até agora isento,
o sucessivo aumento do IVA de 6% e 13% para 23%. Também se tem tentado reduzir
a despesa do Estado dissolvendo algumas das Fundações e acabando com algumas
das rendas excessivas, como a da energia, e a privatização da RTP.
Mas
será que todos estes sacrifícios têm realmente valido a pena? Se, por um lado,
o Governo conseguiu diminuir o défice externo de 7.1% em 2011 para 6.3% em
2012, por outro lado, tem-se assistido a um aumento de desemprego significativo
em 2.9 pontos percentuais relativamente ao trimestre homólogo de 2011,
atingindo 15% da população ativa, segundo fonte INE.
Na
minha opinião, torna-se impreterível que sejam implementadas outras medidas,
nomeadamente o apoio às pequenas e médias empresas, por parte do Governo,
criando um “período de precariedade” através da redução ou isenção da carga
fiscal das novas empresas durante o período de um ano para que se possam
desenvolver e obter lucros, assegurando a sobrevivência das mesmas. Esta medida
constituiria um reforço da produção nacional, apostando na qualidade do produto
português, aumentando desta forma as exportações e reduzindo as importações;
criava novos postos de trabalho reduzindo o desemprego.
O
salário mínimo deveria ser aumentado pois seria uma forma não só de motivar os
desempregados a procurarem um emprego, mas também de dignificar os
trabalhadores que com “esforço” ganham o salário mínimo.
Deveria
haver mais clareza e transparências das despesas do Estado, porque são
suportadas pelos portugueses que não têm conhecimento onde foi gasto tanto
dinheiro que involuntariamente os levou a mergulhar num estado de crise e num
grande estado de “depressão” económica, moral e social.
Em
suma e citando algumas palavras de Paul Krugman, Nobel da Economia, “A redução
da despesa em períodos de desemprego elevado é um erro. Os defensores da
austeridade prevêem que esta produza dividendos rápidos sob a forma de aumento
da confiança económica, com poucos ou nenhuns efeitos negativos sobre o
crescimento e o emprego; o problema não tem razão”.
Marta Pereira
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