A média entre os países da União Europeia deste que
é um dos mais importantes indicadores macroeconómicos rondava em 2011 os 21,4%,
registando o seu valor mais alto na Espanha com 46,4% e o seu valor mais baixo
na Holanda com 7,6%. Em Portugal o valor para 2011 é de 30,1%, valor mais baixo
do que a estimativa deste ano (em Junho de 2012 a taxa de desemprego
entre os jovens portugueses era de 36,6%).
Num clima de tensão económica diária, podemos
afirmar que Portugal se encontra numa posição bastante dramática, onde as políticas
macroeconómicas tendem a falhar já há algum tempo: na última década a taxa de
desemprego entre os jovens portugueses tem aumentado de ano para ano, com
excepção de 2007 para 2008, que decresceu 0,2% (de 20,4% para 20,2%). O baixo
incentivo para o emprego e a má gestão da protecção social para os
desempregados são alguns dos factores que levam a que os valores estejam tão
baixos.
Uma protecção social generosa pode ser consistente
com uma baixa taxa de desemprego, se esta for distribuída eficientemente.
Benefícios de desemprego (como o subsídio de desemprego) podem ser generosos,
desde que os desempregados sejam, ao mesmo tempo, forçados a aceitar empregos
quando estes surgirem. A taxa de desempregados dos jovens na Alemanha em 2011
era de 8,6%, 21,5% mais baixa do que Portugal e 12,8% mais baixa que a média
europeia, prova de que um mercado de trabalho rígido e uma boa gestão de
capital humano são a solução para o desemprego jovem. Em Portugal verifica-se
exactamente o oposto: quando apresentada uma sugestão de trabalho a um indivíduo
desempregado, ele pode não a aceitar e continuar a receber o subsídio de
desemprego. A ausência de uma medida que impeça este individuo de aceitar um
emprego depois de um determinado período de tempo desempregado leva a que este
não tenha incentivo nenhum a aceitar a proposta ou a continuar a procurar
emprego, e a falta de incentivo é a fonte do problema que é o desemprego entre
os jovens. Um jovem que tente ingressar o mercado de trabalho e que não tenha
incentivos para o fazer, prefere não tentar procurar emprego e continuar a
receber o subsídio, por muito baixo que este seja. É preciso criar incentivos
para que os jovens procurem trabalho: bolsas de emprego, formações e estágios
em empresas são exemplos de pequenas medidas que podem marcar a diferença entre
os jovens.
No caso português o desemprego é uma realidade
constante na vida dos jovens e a imigração começa a revelar-se cada vez mais
uma opção viável. A ausência de medidas eficientes pode levar a que cada vez
mais os jovens procurem emprego fora do país, o que a longo prazo pode
significar o decréscimo da produção.
António Melo
Bibliografia:
· http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/show.do?query=BOOKMARK_DS-055418_QID_3913CB1B_UID_-3F171EB0&layout=TIME,C,X,0;GEO,L,Y,0;S_ADJ,L,Z,0;AGE,L,Z,1;SEX,L,Z,2;INDICATORS,C,Z,3;&zSelection=DS-055418INDICATORS,OBS_FLAG;DS-055418S_ADJ,NSA;DS-055418SEX,T;DS-055418AGE,Y_LT25;&rankName1=SEX_1_2_-1_2&rankName2=AGE_1_2_-1_2&rankName3=TIME_1_1_0_0&rankName4=S-ADJ_1_2_-1_2&rankName5=INDICATORS_1_2_-1_2&rankName6=GEO_1_2_0_1&sortR=CUSTOM_-1_FIRST&pprRK=FIRST&pprSO=CUSTOM&ppcRK=FIRST&ppcSO=DESC&sortC=DESC_-1_FIRST&rStp=&cStp=&rDCh=&cDCh=&rDM=true&cDM=true&footnes=false&empty=false&wai=false&time_mode=ROLLING&lang=EN%22
·
Blanchard, Olivier; Amighini, Alessia; Giavazzi,
Francesco. 2010. Macroeconomics: A european perspective. Prentice Hall
Sem comentários:
Enviar um comentário