Um pouco por todo o mundo, como
consequência da crise financeira a nível global, os desequilíbrios económicos
são cada vez maiores e mais preocupantes. Sendo que o facto de as instituições
financeiras não terem conseguido gerir da melhor forma o seu montante de
liquidez fez com que os governos, na sua maioria, tivessem que injetar dinheiro
na economia, agravando ainda mais as contas públicas do Estado. Desta forma muitos
desses governos precisaram de endividar-se e aumentar os impostos para
conseguirem cumprir parte das suas obrigações.
Assim, em Portugal a adoção das
políticas de consolidação orçamental, que foram recentemente aplicadas, resultaram
sobretudo das nossas desvantagens comparativas e dos elevados acréscimos na
dívida pública, ou seja dos aumentos insuportáveis nos custos de financiamento.
Realçando que segundo as previsões do INE, a dívida pública para 2012 deve atingir
os 119% do PIB e o défice orçamental ficará aproximadamente nos 5%. Consequentemente,
para endireitar as contas públicas e tentar resolver os problemas da dívida
soberana, ninguém duvida que a austeridade é uma condição necessária, mas não
suficiente para atingir esse mesmo objetivo. Uma vez que para não se entrar num
ciclo vicioso recessivo, como aconteceu em 2009 com Grécia em que o PIB teve
quedas bastante acentuadas, é preciso promover o crescimento económico - fator
indispensável para impulsionar o desenvolvimento de um país. Por conseguinte, o
principal problema consiste em saber como se poderá conciliar o crescimento com
a austeridade? A resposta a esta questão é um pouco ambígua, uma vez que a
estimulação do crescimento não deve resultar de um aumento da dívida ou da
despesa pública, mas antes de reformas estruturais a vários níveis.
Assim, para que tal ocorra os
governos devem tentar implementar reformas ao nível dos sistemas financeiros
nacionais e internacionais, bem como implementar medidas de forma a promover o
aumento do emprego e das exportações, de forma a tentar aumentar a
competitividade dos produtos portugueses no estrangeiro. Contudo o único
inconveniente é que essas reformas levam vários anos a produzir efeitos. Por
outro lado, também não se deve generalizar a ideia de que apenas as políticas
orçamentais expansionistas é que são as melhores, por nestas estar implícito um
maior crescimento, contra a ideia de que a austeridade é errada por sobretudo estar
associada à recessão. Isto porque é necessário ter em conta as conjunturas e
características próprias de cada economia, pois políticas que possam ter
efeitos positivos numa economia, não significa que produzirão os mesmos efeitos
noutra economia com características distintas da anterior.
Concluindo, atualmente, com a
crise económica e social a agravar-se um pouco por todo o mundo, é necessário
adotar medidas, credíveis e eficazes, de forma a restabelecer a estabilidade
financeira, para assim se poder atingir um sólido e forte crescimento económico
e desta forma relançar a economia Portuguesa.
Valentina
Maria Sousa Cerqueira Lima
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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