Portugal encontra-se atualmente
numa crise economia profunda, em que muitos enganam o país afirmando que se
deve tudo apenas á crise internacional, mas os dados não assim o mostram.
A divida pública, por exemplo,
que muito se pretende baixar e pela qual pagamos juros absurdos, já mostra
precedente mesmo antes da recente crise, tendo mais interesse no ano 2000
aquando a entrada de Portugal na Zona Euro. Em 1999, Portugal detinha uma
dívida pública situada nos 51,4%, um valor extremamente bom e aceitável e no
mesmo nível de países como a Alemanha, mas em 2000 tudo mudou. O acesso ao crédito
veio fazer com que Portugal gastasse mais e em matérias totalmente
desnecessárias, como as auto-estradas, que dizia-se seres fundamentais para
ligar o país e neste momento nem dinheiro temos para a manutenção delas.
Porventura,
Portugal chegou a romper o pacto com Bruxelas aquando do acesso ao Euro em
2004, quando a dívida pública ultrapassou os 60%, mas pouco se fez para mudar
estes valores já que esta apresentou constantemente valores superiores, até que
em 2008 chegou aos 71,6% do PIB. Pois se em 2008 se deu a crise internacional e
Portugal já se encontrava com uma dívida de quase 72%, pergunta-se o que se andou
a fazer esses anos todos. Pois claro que a crise veio agravar aquilo que já
estava mal e a dívida disparou.
Portugal
neste momento deve 120% em relação ao PIB, mas aquilo em que gastámos não pode
pagar o que devemos: as grandes construções que Portugal tem feito neste
momento de pouco servem e se houvesse um pouco de raciocínio e se se tivesse
apostado na produção daquilo em que nós somos bons neste momento estaríamos a
produzir para pagar. Portanto, Portugal encontrava-se na altura mal gerido
pelos nossos governantes mas o problema essencial foi que nem sequer isso mudou,
já que neste momento continuamos a ser mal governado.
Atualmente, o governo só pensa no aumento dos impostos para
“aumentar a receita”, mas já presenciámos que isso não deu e não dará
resultados já que, mesmo com o corte na despesa e os constantes aumentos dos
impostos, Portugal continua a aumentar a dívida que nos conduzirá nos próximos
anos a uma renegociação da nossa dívida, com o pedido de perdão. Portugal irá
chegar ao momento em que o montante que terá de pagar de juros será superior ao
valor suportado, levando ao pensamento que andamos estes últimos anos a
suportar cortes e sacrifícios de que nada serviram.
João Pedro Oliveira da
Cunha
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