A Zona Euro é uma união monetária na União Europeia onde
vários dos países membros adoptaram o Euro como moeda. Depois de se estabelecer
um conjunto de critérios de convergência para a adopção do Euro, a nova moeda
entrou em circulação dia 1 de Janeiro de 2002. Dos 27 países membros da união
europeia, 17 deles adoptaram o euro como moeda. A entidade máxima que regula
toda a política monetária é o Banco Central Europeu.
Perante a actual situação económica da Europa e do nosso
país, onde a produtividade é pouco eficiente, o endividamento é preocupante e o
desemprego não pára de aumentar e não se avistam melhorias no curto prazo, é
necessária a busca de soluções, e uma das questões que se coloca é: será que
abandonar a moeda única poderá ser uma das soluções?
Penso que nenhuma entidade poderá expulsar o nosso país da
Zona Euro, no entanto Portugal pode sair de livre e espontânea vontade. Mas
será essa a melhor solução para o país? Quais as consequências dessa decisão?
Suponhamos uma perspectiva de saída do euro, com este a valer
200 escudos, no entanto sujeito a uma desvalorização de 30%. Suponhamos também
que o PIB é de €165 mil milhões e que a dívida externa tem um valor semelhante.
Assim sendo, o PIB medir-se-ia em contos (33 mil milhões). Mas como o escudo
desvalorizou, a dívida passou a ser 47 mil milhões. Numa primeira visão o
impacto seria negativo.
No que diz respeito ao carácter social também devem ser
feitas algumas comparações. Por exemplo, para as empresas produtoras, como o
preço das exportações baixava, isso implicaria um aumento das vendas e
consequentemente um aumento de emprego e isso seria uma consequência positiva,
pois iria diminuir o desemprego do nosso país que, como já referido
anteriormente, está a assumir números avassaladores. No entanto, no que toca ao
poder de poder de compra, e ao invés do que acontece com as exportações, o
preço das importações aumentaria porque os mesmo escudos tinham menos poder de
compra, e por isso o nível de vida iria piorar, e isso seria mais uma
consequência negativa. Observando este panorama, e se assim fosse, teríamos de
estar dispostos a trocar salários menores por mais postos de trabalho.
Na minha opinião, e apesar de fazer sentido tentar travar o
endividamento com uma ruptura social em que se alteram os hábitos consumistas
dos portugueses que, admitamos, tem sido elevados, leia-se um desperdício, é
importante ter em conta de que com a saída da zona euro a dívida iria
“aumentar”, uma vez que o nosso poder monetário seria menor para “combater” a
dívida externa. Não existe uma maneira de evitar este prejuízo que foi feito no
dia em que o país decidiu gastar mais do que tinha. Deste modo penso que não é
viável a saída do euro.
Carolina Fonseca
Oliveira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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