“Vá para
fora cá dentro” ou “Descubra Portugal, um país que vale por mil”, são alguns
dos slogans de campanhas de promoção
do Turismo de Portugal que apelam à opção de escolher Portugal na hora de
selecionar o destino de férias. O turismo é um setor fundamental da economia
portuguesa, representando cerca de 10% do PIB e absorvendo perto de 11% do
emprego. O nosso país recebe, a maior parte dos anos, mais turistas do que a população
residente, que procuram não só o sol e as nossas praias mas também a
gastronomia e a herança cultural e patrimonial. A ampla afluência de turistas
associada à relevância estratégica deste setor, bem como as receitas
proporcionadas e a mão-de-obra ocupada têm conduzido os agentes económicos a
usar um agrupamento de medidas dinamizadoras no plano da oferta.
Recentemente, o ministro da economia deu
uma entrevista na qual afirmou que o setor do turismo tem de vender mais e
melhor, tanto no mercado tradicional como nos novos, fortalecendo a qualidade e
competitividade da oferta. A aposta na diversificação, mudança e a estimulação
da cooperação no âmbito da economia peninsular compõem as bases que permitirão
a partilha e convergência de estratégias que futuramente irão proporcionar o
aumento da competitividade turística de Portugal e Espanha.
Contudo,
Portugal já é uma das economias da zona euro que mais aproveita o setor
turismo. Segundo dados do Eurostat para o ano passado, Portugal exportou cerca
de 6 milhões de euros de turismo, ou seja, 3,6% do PIB nacional. Aqui estão
englobadas não apenas as compras de bens e serviços feitas pelos turistas em
território nacional, mas também as viagens pagas a transportadoras nacionais.
Estes dados colocam Portugal na linha da frente dos países da Zona Euro que
mais exporta turismo em percentagem do PIB, sendo apenas superado por Áustria,
Eslovénia, Estónia, Letónia, Luxemburgo e Chipre. De salientar ainda, tendo em
conta o setor exportador, o facto de mais de um décimo das exportações
portuguesas virem do turismo, ficando apenas atrás de Espanha e Chipre.
O turismo pode funcionar como catalisador da economia,
impulsionando a atratividade das regiões e a sua competitividade. A
interligação entre o Estado e os agentes privados, na criação ou melhoria dos
serviços (alojamento, restauração), é decisiva para aumento da competitividade
dos destinos turísticos nacionais. Está já previsto no Orçamento de Estado do
próximo ano a subida da contribuição, para o Turismo de Portugal, de 156
milhões de euros, o que permitirá uma maior aposta na diversificação da oferta,
promovendo o turismo residencial e o turismo da saúde. A estimulação do turismo
nacional através da promoção externa é uma das prioridades para 2013, e
será direcionada para atividades de apoio às empresas na divulgação e
comercialização da sua oferta. A criação de estratégias e planos que visem e
fomentem o potencial de crescimento das regiões turísticas a melhorem a sua
imagem a nível internacional é um desafio aliciante mas complexo, dado o
retorno incerto dos investimentos efetuados. A coesão e ligação das políticas
que afetem o desenvolvimento do turismo devem ser reforçadas, estreitando assim
a cooperação de ambos os setores através de parcerias público-privadas, que
podem ser uma das estratégias a adotar no futuro.
O
crescimento deste setor vai apenas trazer vantagens ao nosso país, nomeadamente
o aumento das receitas externas, a diminuição do défice da balança comercial, a
valorização do património natural e cultural, e por fim e talvez a mais
importante, a diminuição do desemprego.
Francisco Duarte Coelho de Moura
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