O
Sistema de Segurança Social português segue um modelo em que o apoio social, em
termos financeiros (reformas e pensões), aos ex-trabalhadores nacionais é assegurado
por uma percentagem de rendimento de cada elemento da população activa
portuguesa. Isto pressupõe que o conjunto de todas essas receitas que chegam do
rendimento da população activa seja suficiente para acarretar com as despesas
com reformas e pensões.
Ora,
uma das maiores dores de cabeça com que a economia portuguesa se tem deparado
na atualidade é o futuro do Sistema de Segurança Social. Este é um problema que
tem vindo a aumentar com o passar dos anos devido, principalmente, ao
envelhecimento da nossa população. O número de idosos tem vindo a aumentar
bastante, em contraposto com a diminuição da população mais jovem. E esta
diminuição consiste tanto na descida da taxa de natalidade, que é cada vez mais
baixa, como na da população ativa, que contribui para a receita que é utilizada
para as reformas pagas pela Segurança Social aos idosos.
Com
estes números, percebemos que, ou a tendência muda nos próximos tempos ou
quando chegar a nossa altura de aposentação, poderá não existir apoio social,
pois cada vez existem menos receitas para fazer face a essas despesas.
Este
problema leva-nos a pensar em algumas soluções possíveis para o combater. A
primeira que nos vem logo à cabeça será o aumento das taxas de contribuição
para a Segurança Social. No entanto, o momento que a economia atravessa também
leva a que isso não seja, na perspetiva das empresas e dos trabalhadores, nada
bem visto pelas partes (a maior parte destes contribuintes e empresas já andam
com graves problemas financeiros). Outras soluções passariam por incentivos a
natalidade através da atribuição de subsídios maiores por cada filho que um
casal tivesse, ou pelo aumento da idade da reforma em, por exemplo, dois ou
três anos, para que as despesas que esses anos acarretariam fossem
transformadas em mais anos de receitas para a Segurança Social.
Claro
que tudo isto terá que ser muito bem ponderado antes de qualquer decisão, mas
na minha ótica serão as possíveis soluções para evitar este descalabro. Caso
contrário, não teremos direito à nossa reforma quando essa altura chegar.
Hugo Miguel da Cunha
Ferreira
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