Vivemos
momentos que refletem mudança, momentos que marcam a nossa vida. As
más noticias não param de chegar para Portugal, e o descontentamento e revolta
social é cada vez maior. A forte austeridade resultante do aumento dos impostos
e da despesa e o crescimento do desemprego deverão continuar a inflamar os
protestos nas ruas portuguesas. Todas estas medidas acentuam a Economia
Paralela, ou seja, a austeridade leva a que alguns produtores registem apenas
parcialmente a sua atividade económica, fugindo assim ao controlo fiscal.
Atualmente
a Economia Paralela representa 25.4 % do PIB, que equivale a 43.4 mil milhões
de euros, valor este que, de acordo com, Carlos Pimenta, da Faculdade de
Economia da Universidade do Porto, equivale ao Monte de Evereste com 8.5 km de altura “recheado”
de notas de 100. Pois bem, se um dos grandes problemas é reduzir o défice, não
seria mais fácil converter esta imensidão monetária na resolução do problema
Português?
Todos
sabemos que o défice orçamental resulta numa diminuição do investimento, num
capital e num produto menor e que estes por consequência levam a outros efeitos
atualmente bem visíveis na nossa
sociedade: a diminuição do consumo. Será que este “ouro negro” não pode ser
combatido?
Os
sectores de serviços, restauração, automóvel, lojas com serviços não
especializados têm impacto na Economia Paralela, na medida em que existe a
falta de emissão de faturas. Contudo, o que a faz disparar são as faturas
registadas em excesso por algumas empresas, algumas delas fantasma, já que
estas emitem as faturas como gastos, mas que se destinam a benefício próprio,
ficando assim isentas de contribuições fiscais.
Nesta
altura, a solução para a Economia Paralela torna-se eficiente e necessária. A
colaboração de todos os contribuintes dividindo os esforços como um todo, o
aumento da fiscalização e pagamentos eletrónicos são impulsionadores para a sua
resolução.
Assim
o Estado conseguiria uma maior recolha de impostos levando a um aumento da
receita fiscal e a uma diminuição da sobrecarga para os que cumprem as suas
obrigações conduzindo a um rácio da divida substancialmente menor.
A
Economia Paralela apresenta a mesma tendência que o ouro. E tal como este já
subiu o suficiente para proporcionar ganhos elevados a quem deles beneficiou.
Os analistas acreditam que pode chegar mais longe, não estará na altura de
reduzir este “ouro negro”?
Jéssica Abreu
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