A crise económica e financeira está a levar
muitos portugueses ao descontrolo, ou seja, a procurar uma solução no
endividamento. Muitas famílias deparam-se com créditos que contraíram e que
agora não têm possibilidade de liquidar, surgindo o problema dos juros (ou
seja, o “mal dos males”).
Uma
forma de endividamento é através dos cartões de crédito. Estes oferecem um
método de pagamento conveniente e seguro, para além de serem uma forma de obter
um empréstimo pessoal de curta duração. A grande vantagem deste tipo de cartões
é que, quando acordado com o banco, a pessoa pode estipular uma data para
entrega do valor creditado a 100%, evitando, por isso, o pagamento dos juros.
No entanto, quando não se consegue liquidar totalmente o valor do crédito pode
surgir um grave problema e, quanto menor a prestação, maiores são os juros.
Uma
outra vantagem dos cartões de crédito é que permitem fazer compras em todo o
Mundo, uma vez que são o método de pagamento mais aceite, inclusivamente na
internet, em sites portugueses e
estrangeiros. O problema surge quando este se torna o método de pagamento mais
habitual. A tendência é para que as pessoas não se apercebam do dinheiro que
estão a gastar, ficando endividadas, sem que houvesse necessidade para tal.
Um
estudo realizado pela MasterCard mostra que se um individuo utilizar apenas
notas e moedas, durante um mês, vai ter uma noção mais precisa dos seus hábitos
de compra e do valor do dinheiro. No final de um mês, se este comparar os
gastos aquando da utilização do cartão de crédito, posteriormente irá reparar
que poupou cerca de 15% e, apesar de não ser necessariamente uma pessoa mais
feliz, será uma pessoa mais rica.
Em 2010, o cartão de crédito chegou a
32,4% da população, no entanto, apenas 62,3% dos consumidores admitiram
utilizá-lo regularmente, um número que tem vindo a diminuir desde 2008 – altura
em que 74,7% afirmava recorrer ao cartão de crédito para efetuar pagamentos. O
recurso menos frequente deve-se, em parte, a uma maior racionalidade, tanto por
parte dos consumidores como por parte das políticas bancárias. Apesar disto, o
número de créditos malparados continua a aumentar de dia para dia, uma vez que
as pessoas vêem o seu rendimento diminuir e as despesas a aumentar, não
conseguindo pagar a prestação da dívida que contraíram e até, pelo contrário,
vêem a divida a aumentar em consequência dos juros. Infelizmente, esta é uma
realidade de muitas famílias portuguesas, que hoje em dia davam tudo para
voltar atrás nas suas decisões.
Um
outro problema que surge, para além do endividamento, é ter o nome no Banco de
Portugal. Este utiliza a Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) como
instrumento que permite verificar muito simplesmente se uma pessoa já contraiu
algum crédito, e se tem a capacidade de pagar um novo crédito. Assim sendo, uma
pessoa com um histórico no Banco Central pode não voltar a conseguir
financiar-se um dia em que não tenha outra solução, uma vez que fica proibido
de utilizar os cartões de crédito.
Concluindo,
o essencial quando uma pessoa começa a sentir dificuldades financeiras, é não
deixar que a situação piore, ou seja, nunca fazer um crédito para pagar uma
dívida pré-existente. Assim sendo, numa situação de aperto, o que se deve fazer
é consolidar os empréstimos e tentar renegociar os prazos de reembolso. Não
existem milagres para a falta de dinheiro e um crédito para acabar com outro
crédito está muito longe de ser a solução correta!
Flávia
Sofia Almeida da Silva
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