Estamos perante uma das maiores
crises da nossa história, com graves consequências na vida dos Portugueses e
com graves desequilíbrios macroeconómicos, nomeadamente, ao nível do
rendimento, do consumo e do investimento. Para uma percepção mais detalhada da
realidade é necessário analisar como aqui chegamos e principalmente avaliar o
momento actual.
Entre 2007/2009, instala-se a
crise financeira internacional reconhecida como a mais grave desde a 2ª Guerra
Mundial. Surgiu, em
países Europeus e Americanos, como por exemplo, os Estados
Unidos, Portugal, Irlanda, Reino Unido e a Espanha, em virtude de problemas nos
mercados de crédito. O aumento do endividamento, a falta de confiança e de
liquidez nos mercados, o aumento do preço do petróleo, dos bens alimentares e
das matérias-primas conduziram ao colapso do comércio mundial. Em pouco tempo,
deparamo-nos com a chamada “crise do euro”, que afectou todos os Estados da
União, não só pelo desequilíbrio das contas públicas mas também por uma
economia globalmente em perda.
Olhando exclusivamente para a
situação Portuguesa, identificamos vários problemas estruturais e um fraco
crescimento económico. Estamos perante um desequilíbrio na balança corrente, ao
nível das exportações/importações/rendimentos/factores produtivos. A dimensão
da dívida, a incapacidade de cumprir os seus compromissos internacionais, a
crise bancária, a dificuldade em melhorar o saldo da balança comercial num
contexto de desaceleração económica foram alguns dos factores que forçaram o
nosso país a efectuar um pedido de ajuda/intervenção junto da União Europeia e
do Fundo Monetário Internacional (FMI) acordado com o Programa de Ajustamento
Financeiro. Este Plano de Ajuda Financeira tem como objectivos corrigir os
défices orçamentais e combater as tendências contracionistas da Economia
Portuguesa, no entanto, algumas das medidas acordadas tem um efeito devastador
na economia, a nível de salários reais e consequentemente, a nível do bem-estar
dos Portugueses. Na minha opinião, a entrada da Troika trouxe consequências
para o país, nomeadamente ao nível do desemprego e dos impostos, para além de
que o Estado viu diminuir a sua capacidade de intervenção na economia,
sobretudo ao nível das despesas.
O governo não deve anunciar
medidas que prejudiquem a economia. Actualmente, discute-se principalmente
sobre a Taxa Social Única (TSU), em que o governo português propõe uma
diminuição das contribuições das empresas para a segurança social de 23.75%
para 18%, tendo como consequência o aumento da contribuição dos trabalhadores
de 11% para 18%. Esta medida tem gerado uma contestação generalizada. Do ponto
de vista do governo, a alteração da TSU visa combater o desemprego, aumentar o
investimento e as exportações e diminuir as importações, no sentido de
assegurar a competitividade. No entanto, alguns estudos publicados revelam que
a TSU não irá beneficiar o país mas sim prejudicar os Portugueses, uma vez que
o custo salarial para as empresas não se altera mas o salário líquido dos
trabalhadores é menor.
Em suma, são necessárias reformas
a nível da Segurança Social, da saúde e da educação no sentido de melhorar a
sua qualidade e fazer com que toda a população tenha acesso a estes serviços.
Portugal, deveria diminuir a sua dependência externa, aumentar a quota de
mercado, obter o equilíbrio nas contas públicas no sentido de alcançar o
crescimento económico.
Ana Patrícia Rodrigues
Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário